O Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) está com inscrições gratuitas abertas para visitas de escolas e grupos organizados. Ao todo, são disponibilizadas 72 vagas entre janeiro e março para atividades que apresentam histórias sobre a biodiversidade do Brasil.
As visitas, acompanhadas de monitores, são realizadas de terça a sexta-feira, em dois horários: das 8h às 11h e das 13h às 16h.
Para agendar, a instituição deve acessar o site do Jardim Botânico e escolher a visita de interesse. Cada grupo pode reservar no máximo quatro visitas. Em cada uma, podem ser recebidos até 45 estudantes e 5 professores ou acompanhantes.
Após a inscrição, o responsável receberá um e-mail com uma declaração anexada, que deve ser impressa e assinada pela escola, contendo a autorização e os riscos da visita aos espaços abertos e de floresta. O transporte deve ser providenciado pelo grupo interessado.
O Jardim Botânico oferece quatro opções temáticas de roteiros, de acordo com a faixa etária dos alunos. Também é possível elaborar, por cada grupo, um percurso livre, acompanhado por monitores.
Confira os roteiros
- “Grandes Grupos Vegetais” (estudantes acima de 14 anos): Toda a diversidade vegetal está, segundo a classificação botânica, distribuída em quatro grandes grupos: Briófitas, Pteridófitas, Gimnospermas e Angiospermas. Seus pontos destacam as características morfológicas, ecológicas e evolutivas, além da importância econômica. Este roteiro estabelece um diálogo direto com os temas lecionados nas escolas, sendo, assim, um instrumento complementar de ensino para os professores visitantes.
- “Etnobotânica” (a partir de 10 anos): Este roteiro explora a diversidade vegetal e os saberes populares associados a esses recursos. Mais do que descrever os nomes científicos e populares das espécies e sua importância econômica, foi concebido para valorizar os saberes campesinos, quilombolas, indígenas e tradicionais. Os pontos de visitação deste roteiro podem ser vistos como um grande quebra-cabeça, que, quando unido, revela certos processos cognitivos, desmistificando a ideia de que os saberes “não acadêmicos” são inferiores. São sistemas com distintas epistemologias, nem melhores nem piores, apenas diferentes.
- “Relações Ecológicas” (a partir de 10 anos): A diversidade vegetal não é algo estático. Pelo contrário, as espécies se relacionam de diferentes maneiras. Este roteiro explora as relações ecológicas que conferem uma dinâmica temporal e espacial à biodiversidade, revelando processos intrigantes, como competição, mutualismo e parasitismo.
- “Contos e Lendas da Floresta” (público infantil): Na contramão da homogeneização cultural e com o objetivo de valorizar histórias locais e brasileiras, serão apresentados mitos, heroínas e heróis populares. Mais do que relatos ou causos, estes pontos podem ser entendidos como uma base para discutir temas fundamentais para uma sociedade mais justa, respeitosa e igualitária, como feminismo, racismo e etnocídio.
* Escrita por Mayara Fernandes sob supervisão de Roberta Oliveira