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Após prisão de profissionais, Casa de Caridade de Leopoldina anuncia nova equipe de anestesistas

Médicos foram presos na semana passada, durante a operação Onipresença do MPMG na Zona da Mata

Casa de Caridade Leopoldinense, em Leopoldina

A Casa de Caridade Leopoldinense, em Leopoldina, anunciou que, a partir desta segunda-feira, 16, uma nova empresa de anestesia será responsável pela prestação dos serviços anestésicos no hospital.

A medida ocorreu após a Operação Onipresença, do Ministério Público de Minas Gerais, realizada na quinta (12), onde quatro médicos anestesistas que trabalhavam no local foram presos. Os profissionais são acusados de cumprir plantões em outras cidades, como Além Paraíba e Muriaé, no mesmo horário em que deveriam atender pacientes do SUS estar em Leopoldina.

Segundo a Casa de Caridade, com a nova empresa, as cirurgias de urgência e emergência serão retomadas imediatamente, garantindo o atendimento necessário para casos críticos.

O hospital informou ainda que as cirurgias eletivas serão gradualmente retomadas, conforme a normalização dos serviços do Centro Cirúrgico.

Operação Onipresença

A operação é resultado da investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Regional da Zona da Mata – unidade de Visconde do Rio Branco, em conjunto com a Coordenadoria Regional das Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde da Macrorregião Sanitária Sudeste e com a Promotoria da Saúde de Leopoldina.

Foram cumpridos quatro mandados de prisão temporária, seis mandados de afastamento das funções e 20 mandados de busca e apreensão. Os presos foram encaminhados para o presídio de Leopoldina.

O Ministério Público apura a possível existência de uma associação criminosa composta por profissionais integrantes do corpo clínico e da administração do hospital Casa de Caridade Leopoldinense, causadora de riscos à saúde e à vida dos usuários atendidos na entidade hospitalar, conveniada ao SUS. Foram apreendidos cerca de R$ 500 mil em dinheiro, diversos documentos, celulares e computadores. Além disso, na casa de um dos médicos foram apreendidas cinco armas de fogo não registradas.

As ações foram constatadas desde 2020 em várias unidades hospitalares da Zona da Mata. Com as investigações, descobriram-se fortes indícios do vínculo subjetivo entre os profissionais médicos investigados para a prática de crimes de peculato (art. 312 do CP), bem como para conservarem um esquema de manipulação de escalas médicas, cirurgias simultâneas/sequenciais e cirurgias eletivas durante o plantão SUS, com a prática do crime de falsidade ideológica (art. 299 CP), infringindo, por conseguinte, o tipo penal de expor a perigo a vida ou a saúde de outrem (art. 132 CP), dentro do contexto da infração penal de associação criminosa (artigo 288 do Código Penal).

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Joubertt Telles é graduado em jornalismo pelo Centro Universitário Estácio Juiz de Fora, em 2010, e possui curso de Processo de Comunicação e Comunicação Institucional pela Fundação Getúlio Vargas. Trabalha na Itatiaia Juiz de Fora desde 2016, como repórter e apresentação. Prêmio Sindicomércio de Jornalismo 2017, na categoria rádio. Prêmios do Instituto Cultura do Samba como destaque do jornalismo local, em 2016 e 2017. Já atuou na Rádio Globo Juiz de Fora, TVE e Diário Regional, além de ter desempenhado função de assessor parlamentar na Câmara Municipal de Juiz de Fora.
Natural de Juiz de Fora, jornalista com graduação e mestrado pela Faculdade de Comunicação da UFJF. Experiência anterior em Rádio, TV e Internet. Gosta de esporte, filmes e livros. Editora Web em Juiz de Fora desde 2023.