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Vôlei: José Roberto Guimarães explica diferenças entre treinar homens e mulheres

Técnico, de 70 anos, é tricampeão olímpico na modalidade; ganhou um ouro com a Seleção Masculina e dois ouros com a Seleção Feminina

José Roberto Guimarães foi o convidado do CNN Esportes S/A desse domingo (25)

Tricampeão olímpico pela Seleção Brasileira (Barcelona 1992, Pequim 2008 e Londres 2012), José Roberto Guimarães explicou quais as principais diferenças entre treinar homens e mulheres no voleibol. O técnico, de 70 anos, conquistou o primeiro ouro com a equipe masculina na Espanha, enquanto as mulheres subiram no lugar mais alto do pódio na China e na Inglaterra, respectivamente.

Em entrevista ao programa CNN Esportes S/A, da CNN, na noite desse domingo (25), Zé Roberto afirmou que prefere comandar mulheres.

“Acho mais difícil treinar mulheres. Ao mesmo tempo, eu gosto mais. Com homem, é tudo mais direto. Se resolve as coisas em uma velocidade maior e o treinamento é diferente. O treinamento feminino é muito mais técnico, elas tocam muito mais na bola. O treinamento masculino é muita força. Hoje, o vôlei masculino um contra um é difícil de bloquear e de defender. Até consegue, mas é muita violência em termos de pegada de ataque”, iniciou.

Na sequência, o experiente treinador explicou que o tratamento emocional feito com as mulheres é bem diferente em relação aos homens.

“No masculino, a bola sai a 130, 140km/h. No feminino, elas ainda estão atacando a 110km/h e tem mais ralis. No feminino, eu vejo muito pelo lado humano. O fato de falar mais, escutar mais, de ter um lado feminino maior. Minha mulher diz que tenho que ter uma alma feminina para dirigir mulheres. Mulheres têm necessidade de falar mais. Então, isso já muda como você vai abordar”, completou.

Organismos diferentes

No comando da Seleção Brasileira Feminina desde 2003, Zé Roberto ressaltou que, muitas vezes, o rendimento das mulheres é afetado por mudanças no organismo.

“Comecei a estudar, comecei a me especializar. Sempre brinco que, talvez, eu seja o único técnico do mundo que consulta com um ginecologista. Eu não tenho um só, eu tenho dois. A doutora Eliana e a doutora Tati. De vez em quando, a gente conversa, porque acho importante saber o que está acontecendo no organismo, quantos sintomas de TPM existem”, disse.

“Uma tríade da mulher atleta. O que significa isso? Procuramos saber o que acontece para ter um comportamento diferente. Às vezes, ela está sentindo dor naquele treino e não vai ter a mesma performance. Não tem problema, fica fora. Repousa um pouco e, no dia seguinte, ela treina um domingo sozinha com a gente. O importante é que ela se sinta bem, que confie no que está fazendo e entenda que estamos ali para ajudar. As mulheres me ensinaram muito mais do que os homens”, encerrou.

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Leonardo Garcia Gimenez é repórter multimídia na Itatiaia. Natural de Arcos-MG e criado em Iguatama-MG. Passou também pela Record Minas.

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