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Das ruas às quadras: a história dos campeões mineiros do Australian Open

Vitória Miranda e Luiz Calixto treinam em Belo Horizonte e conquistaram título na Austrália

Dois tenistas mineiros fizeram história na disputa do Australian Open, em Melbourne, na Austrália, nos últimos dias do mês de janeiro. Vitória Miranda e Luiz Calixto, ambos de 17 anos, conquistaram títulos na disputa do Aberto da Austrália Juvenil de cadeira de rodas. Os dois revelaram como foi o começo no esporte e a importância do treinador Léo Butija em todo o processo.

Vitória foi campeã da chave simples. Os dois foram campeões em dupla. Vitória disputou com a belga Luna Gryp, enquanto Luiz se juntou ao norte-americano Charlie Cooper.

Os dois treinam em Belo Horizonte e tiveram um ponto de início em comum no esporte. O treinador Léo Butija, que acompanha e organiza a rotina dos dois campeões, revelou como teve início a carreira dos dois pupilos.

Liderança no ranking juvenil e adulto

Ambos vieram de origem humilde e não conheciam o esporte. Léo Butija trabalha com esporte paralímpico desde 2009. No entanto, o encontro com Vitória significou uma mudança de rota na carreira do comandante.

“Eu sempre tinha um sonho de treinar crianças que começasse comigo desde o zero. Foi quando eu tive contato com a Vitória, como isso, então daí, muda um pouquinho o que eu fazia, que eu estava realizando um sonho, e já começando pensando em coisas maiores”, disse o treinador em entrevista à Itatiaia.

Vitória começou as atividades com o tênis com 8 anos, mas parou em 2019. Em 2021, a tenista retomou as atividades para nunca mais parar.

A brasileira é líder do ranking mundial juvenil e número 1 também no Brasil na categoria adulta. Ela disputa, além de torneios juvenis, também torneios adultos.

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Caminho diferente para o sucesso

Luiz Calixto vendia bala em sinal nas ruas de Belo Horizonte quando foi ‘descoberto’ por Léo Butija. O técnico viu que Luiz usava prótese e buscou o contato para iniciar Luiz no esporte. A rotina de atleta começou há dois anos e ele já colhe os frutos.

O mineiro, que foi campeão nas duplas, é o número cinco do ranking juvenil. A participação no Australian Open ocorreu em função de desistência de outros atletas. Luiz confessou nervosismo na disputa de simples, mas se recuperou nas duplas.

“Quando eu cheguei lá (na Austrália), nossa, muito incrível, foi muito bom. Meus três primeiros jogos não joguei muito bem, que foram os (jogos) de simples. Joguei, estava muito nervoso, muito tenso”, disse.

“Foi a primeira grande competição, sim. A dupla, já joguei melhor, já estava mais tranquilo. Por ser dupla também, tem o entrosamento, um alívio. Acabamos com o título”, finalizou.

Disputa de Olimpíada

Léo Butija destacou que a preparação dos atletas para a disputa da Paralimpíada já começou. O treinador compartilhou a rotina de Luiz e Vitória.

“O treino passa a ser feito todos os dias, durante três horas em quadra, mais duas vezes por semana preparação física, duas vezes por semana fisioterapia, e por semana também duas sessões de psicologia, uma com psicólogo clínico e um com psicólogo esportivo. E, na sequência disso, muitos torneios e, como eu falei, às vezes até domingo, sem descansar nenhum dia”, revelou.

“Tudo o que a gente fizer daqui para a frente, nós já estamos pensando, tudo feito para 2028. Então alguns resultados vão acontecer no meio do caminho, que são as metas de médio, prazo e curto prazo, como foi o Australian Open”, completou.

A melhor colocação do Brasil no Tênis Paralímpico foi o quarto lugar nas duplas, em Paris-2024. Na última edição dos Jogos, o Brasil terminou a disputa paralímpica na 5ª colocação no quadro de medalhas com 89 medalhas (25 ouros, 26 pratas e 38 bronzes).


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Leonardo Parrela é repórter multimídia na área de esportes na Itatiaia. É formado em Jornalismo pela PUC Minas. Antes da Itatiaia, colaborou com Globo Esporte, UOL Esporte e Hoje Em Dia, onde cobriu Copa do Mundo, Olimpíada e grandes eventos.
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