No último domingo (8), a corrida de Abu Dhabi marcou o encerramento oficial da temporada da Fórmula 1. Entre despedidas e transformações, o foco especial para 2025 estará na mudança de Lewis Hamilton para a Ferrari e a entrada de Gabriel Bortoletto representando o Brasil no grid depois de sete anos. Entretanto, a maior novidade ficará para 2026, quando uma nova equipe entrará no campeonato.
Em novembro deste ano, a F1 confirmou a entrada da General Motors, sob o nome GM/Cadillac, como 11ª escuderia a disputar o campeonato de elite do automobilismo. A marca americana se tornará também fornecedora de motores a partir da temporada de 2028 - antes, serão usados motores Ferrari.
No início do ano, a Andretti havia se juntado à Cadillac em busca de uma vaga na Fórmula 1. O pedido, no entanto, foi negado pela entidade sob a justificativa de que o acordo não traria benefícios bilaterais, sendo bom apenas para a empresa americana, e não para o campeonato em si.
Segundo informações, a grande diferença das candidaturas foi o maior envolvimento da General Motors. A proposta recusada contava com um carro da Andretti, que teria uma unidade de potência da GM. Agora, o acordo apresenta um carro diretamente da GM, que se tornará equipe de fábrica posteriormente. Do ponto de vista da F1, o segundo projeto agrega valor à categoria e, por isso, foi aceito.
“A entrada de novas equipes na Fórmula 1 não só aumenta a competitividade no esporte, mas também agrega um valor imensurável à categoria, criando novas narrativas e expandindo o alcance global. Com novas marcas, surgem novas histórias, novos públicos e mais oportunidades para parcerias estratégicas. Cada time traz sua própria identidade, fortalecendo o apelo da F1 como um espetáculo dinâmico e em constante evolução”, analisa Ricardo Bianco Rosada, fundador da consultoria brmkt.co que atua nas áreas de gambling, branding, marketing e desenvolvimento de negócios.
“Isso atrai patrocinadores, parceiros e, claro, novos fãs, ampliando o ecossistema em torno do campeonato e assegurando seu crescimento contínuo”, analisa Ricardo Bianco Rosada, fundador da consultoria brmkt.co que atua nas áreas de gambling, branding, marketing e desenvolvimento de negócios”, agregou;
Prós
Apesar de ocorrer somente em 2026, a entrada da GM/Cadillac apresenta oportunidades de negócio para o futuro da Fórmula 1, a começar pelas novas vagas no grid.
Com duas posições abertas, pilotos que ainda esperam uma chance podem finalmente se inserir na elite do automobilismo, carregando consigo novos públicos, marcas patrocinadoras e mais competitividade.
Além disso, a entrada de uma equipe americana (a segunda, depois da Haas) será um grande negócio para a Liberty Media, proprietária da Fórmula 1.
Desde a compra da categoria pela empresa estadunidense, em 2017, a F1 se transformou em um fenômeno global, mas ainda não conquistou grande público no país, apesar dos esforços como três corridas por ano e a série Drive to Survive, da Netflix.
“Esse movimento é uma excelente oportunidade para conquistar públicos ainda não explorados, especialmente quando essas equipes conseguem se conectar com diferentes mercados e culturas. No caso do Brasil, por exemplo, o retorno de um piloto brasileiro à categoria depois de sete anos traz uma emoção extra, reacendendo a paixão dos fãs que sempre lotaram o autódromo. Isso não só fortalece a base de torcedores no Brasil, mas também amplia a visibilidade do campeonato no país”, explica Renê Salviano, especialista em marketing esportivo e CEO da agência Heatmap.
Contras
Por outro lado, o grande receio da própria Fórmula 1 e dos fãs é a presença de outra equipe que não agregue à categoria em termos de competitividade. Nos últimos anos, duas ou três equipes, como Haas, Stake e até a consagrada Williams têm enfrentado dificuldades, sempre ocupando a parte final do grid. A entrada de uma nova escuderia sempre levanta questões sobre os desafios de adaptação e a possibilidade de resultados fracos nas primeiras temporadas, o que afasta investimentos e torcedores.
A diferença entre as equipes também pode ser explicada por outro fator que causou discórdia na recusa da proposta Andretti/Cadillac no início do ano: desbalanceamento de recursos.
Com mais times, os valores gerados pela F1 terão que ser divididos em partes menores, aumentando a disparidade entre escuderias novatas e as maiores já consagradas.
“É fundamental garantir que as equipes, independentemente de seu tamanho, possam lutar por posições significativas na pista, assim como estabelecer um ambiente de equilíbrio financeiro e esportivo dentro da Fórmula 1. Fora isso, na parte do entretenimento, a modalidade já é referência e atrai muito público por conta da experiência que entrega”, aponta Joaquim Lo Prete, Country Manager da Absolut Sport, agência que comercializa, anualmente, pacotes de viagem para o Grande Prêmio de São Paulo.
A temporada de 2026 será a primeira com 11 equipes desde 2016, quando a inglesa Manor fez sua última participação antes de encerrar as atividades. Desde então, o formato com 20 carros se consolidou e não sofreu alterações.