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Ex-técnico do Vasco revela bastidores inusitados da curta passagem pelo clube

Ricardo Sá Pinto passou pelo Cruzmaltino em 2020 e treinou a equipe em apenas 15 jogos

O português Ricardo Sá Pinto ficou apenas 15 jogos no comando do Vasco em 2020, mas guardou história para contar. E uma mais inusitada que a outra. O treinador falou de sua curta passagem pelo Cruzmaltino e alguns percalços que viveu.

E uma delas envolve um jacaré e um cachorro. No CT de Treinamento do Vasco, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, Sá Pinto afirmou que um cachorro que estava sempre ao redor dos campos teve sua pata alimentada por um jacaré. Na região que fica o Centro de Treinamento é comum aparecer réptil por lá.

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Sá Pinto contou que havia sucuris e jacarés em volta do CT. O técnico português disse que em um dia, um jacaré comeu a pata de um dos cachorros que habitavam o local.

“E sucuri? O campo não era tapado como está hoje. Tem várias histórias. Tínhamos um cãozinho que estava lá todas as manhãs. No dia seguinte estava sem uma pata. O que aconteceu? Uma bola caiu lá atrás, ele foi atrás da bola, e o jacaré roubou-lhe a pata”, revelou ao canal Expresso 1923.

Além disso, o treinador falou do campo e bola. Com somente três vitórias em 15 jogos naquele ano - que culminou com o rebaixamento do Vasco no Brasileiro - o português contou que os salários estavam atrasados.

“Eu não sou milagreiro, não posso fazer as coisas sozinho. Eu não tinha dinheiro para pintar o campo do CT. Nem para tomar um café da manhã. Havia garotos sem dinheiro para comer. Eu não recebi nenhum salário em 4 ou 5 meses. Alguém viu eu reclamar de alguma coisa?”, disse.

Sá Pinto ainda destacou que nem o treinador multicampeão Vanderlei Luxemburgo conseguiu dar jeito naquele time que foi rebaixado pela quarta vez na história do Vasco.

“Milagres, eu não faço. Tanto é, que o seu Luxemburgo, que é uma pessoa super competente e com currículo enorme, não conseguiu fazer melhor. O problema não era o treinador. Com todo respeito, ele fez mais jogos, não teve covid, contratou jogadores, não tinham problemas financeiros, jogava de oito em oito dias, eu jogava de três em três. Eu tive um contexto muito difícil, que não foi possível fazer mais”, lamentou.

Situação do elenco

Ele também falou de ex-jogadores que tinha no elenco como os argentinos Martín Benítez, atualmente no América, e Germán Cano, do Fluminense.

“Eu queria o Cano livre, era o nosso jogador com mais qualidade. Tínhamos Talles Magno, que ora corria, ora não corria. O Benítez, realmente tinha alguma qualidade, mas vagabundo, andava por todo o lado, não respeitava posição e andava muito lesionado. Ambos podiam jogar de 10, mas não eram fortes defensivamente. Coloquei eles mais perto do Cano”, afirmou.

Pinto também criticou a forma física de Leandro Castan, que era o capitão cruzmaltino naquela altura e um dos líderes do elenco.

“Eu ia para um jogo, e depois não tinha o mesmo time. Foi sempre muito difícil com o Covid repetir o time. Se repetiu uma vez, foi muito. É preciso continuidade para competir. Esse foi o esquema que encontrei para jogar o Léo Matos, o Netinho, o Castan, porque na linha de quatro não ia jogar, já estava morto. Estava morto”, finalizou.

Jornalista esportivo desde 2006 e com passagens por Lance!, Extra e assessorias de marketing esportivo. É correspondente da Itatiaia no Rio de Janeiro. Tem pós-graduação em Jornalismo Esportivo e formação em Análise de Desempenho voltado para mercado.
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