O vice-presidente jurídico do Vasco, Felipe Carregal, explicou como a 777 Partners aumentou mais a dívida que o clube tinha com a compra da SAF. Invés dos norte-americanos diminuírem os passivos, deixaram cada vez maior.
A 777 Partners foi afastada do comando da SAF, via Justiça, por ser acusada de gestão temerária. Isto é, o salto no valor da dívida se deu pelo resultado de contratações inflacionadas e negligência no combate à dívida.
“Sempre é bom relembrar que a Vasco SAF, diferente de outras SAF’s do Brasil, nasce devendo R$ 700 milhões. Se você tem uma empresa que, na origem, está devendo R$ 700 milhões, o que você faz? Qual é a primeira medida que tem que tomar? Tem que atacar essa dívida. Porque o custo dessa dívida é altíssimo. Imagina R$ 700 milhões rodando juros e correção mensalmente. Então a primeira coisa que tem que fazer é atacar e diminuir essa dívida. Isso não foi feito”, explicou Carregal à VascoTV.
Felipe Carregal ainda afirmou que os norte-americanos em momento algum se preocuparam em controlar os problemas financeiros que o clube tinha. A 777 detinha 70% da SAF e o Vasco possuía 30%.
“Não foi feito, apesar do Conselho Fiscal da SAF alertar isso várias vezes. Eles sabiam que não tinham capacidade de controlar as finanças da SAF sem atacar a dívida, isso está claro nos pareceres do Conselho Fiscal. Eles simplesmente ignoraram todos os alertas que foram dados”, contou.
Com o pedido de recuperação judicial, a diretoria estima o valor atual da dívida em R$ 1,4 bilhão. O vice jurídico ainda afirma que algumas das 35 contratações se deram com valores acima do que era praticado no mercado. A empresa se preocupou em gastar com atletas e não em quitar dívidas.
“Em paralelo, sem pagar a dívida, eles começaram a gastar em jogadores. E hoje a gente percebe que essas contratações foram feitas por valores acima do mercado, alguns jogadores chegaram ao Vasco ganhando três, quatro, cinco vezes mais que ganhavam em outros times, sem nenhuma justificativa aceitável para isso”, finalizou.