Com segredo de justiça negado, o contrato da venda da SAF do Vasco para a 777 Partners se tornou público. O futebol do Cruzmaltino foi vendido para o grupo norte-americano em 2022, mas neste ano o associativo moveu uma ação para retomar o controle.
A ação corre na 27ª Vara Cível e foi apresentada pela KPMG, consultoria que intermediou a venda do futebol do clube. A empresa teria direito a R$ 24,5 milhões pelos serviços. A alegação é que só recebeu R$ 6,6 milhões, na época da venda, e houve pagamentos atrasados.
A empresa norte-americana, que agora pertence à seguradora A-Cap, não comanda mais o futebol do clube. As partes pediram segredo de justiça, mas a ação ajuizada no Tribunal de Justiça de São Paulo, a juíza Melissa Bertolucci negou o pedido por segredo de justiça, transformando em público.
Os valores estão em um documento que possui 394 páginas. Ao comprar a SAF, a 777 se comprometeu a assumir as dívidas feitas pela associação e a fazer aportes anuais de:
- até R$ 700 milhões em pagamento de dívidas;
- R$ 700 milhões em investimentos na SAF;
- até R$ 28 milhões em custos de estruturação da empresa e da transação (comissões de assessores).
Em relação ao futebol, contando olha salarial e compra de direitos federativos, masculino e feminino, categorias adulta e base, os valores seriam:
- R$ 360 mil na soma de 2022 e 2023;
- R$ 250 mil ou 56% da receita anual (a considerar no máximo R$ 50 milhões em vendas de atletas) a cada ano em 2024, 2025 e 2026;
Um dos cinco maiores orçamentos do futebol brasileiro a partir de 2027 ou desempenho esportivo pré-determinado (mínimo sexto colocado do Brasileiro, classificação para Libertadores, ou campeão de Copa do Brasil, Libertadores ou Sul-Americana).
Por fim, existia investimento em infraestrutura que eram de:
- R$ 25 milhões até 30 de junho de 2024, no mínimo.
Situação atual
O site noruguês, Josimar Football, afirmou que a A-Cap, que assumiu o controle das ações da 777 Partners, antiga sócia-majoritária da SAF do Vasco, colocou todos os clubes do conglomerado à venda, incluindo o Cruzmaltino.
Vale lembrar que a 777 não tem mais o gerência no futebol vascaíno, após a diretoria do associativo, liderada pelo presidente Pedrinho, conseguir retomar o controle devido à quebra de obrigações no contrato assinado com a empresa norte-americana.
A publicação afirma que companhia está próxima da falência e, por isso, a seguradora colocou todos os clubes de futebol do grupo à venda, mas há dificuldade para encontrar possíveis investidores.
Além do clubes de futebol, a A-Cap, seguradora, colocou no mercado posses da 777 Partners como um luxuoso iate, com o mesmo nome da empresa, anteriormente propriedade de Steven Pasko, um dos sócios-fundadores, por US$ 1,8 milhão (cerca de R$ 9,8 milhões).