Diretor executivo do Vasco, Marcelo Sant’Ana fez um balanço do trabalho desenvolvido pela gestão do presidente Pedrinho, que assumiu o comando do clube em maio após decisão que tirou o controle da 777 Partners. Em resposta sobre a capacidade de investimento, o dirigente revelou que o Cruzmaltino corre o risco de sofrer um transfer ban em janeiro de 2025.
Marcelo Sant’Ana, contratado pelo Vasco em junho, explicou que o clube não realizou o pagamento por um jogador contratado em 2023, na gestão da 777 Partners, e fez críticas ao grupo.
“No caso do Vasco, enxergo que não houve um respeito à prática de governança corporativa. O presidente já trouxe pra imprensa algumas situações de endividamento. E, por exemplo, nessa janela de agora, a gente tinha dois riscos de transfer ban. Ou seja, de não pagamento pela compra de atletas, que foram comprados na época da SAF, no ano passado. Em janeiro, eu tenho mais um risco de transfer ban. O Vasco da Gama tem mais um risco de transfer ban por atleta comprada no ano passado, que nunca foi pago, nem uma parcela. Isso é uma maneira da SAF tem que gerir uma instituição? Não. Não aos meus olhos, não”, afirmou.
Transfer ban é uma punição administrativa aplicada pela FIFA a clubes que não pagam transferências de jogadores de outros países. O clube fica impedido de registrar novos atletas.
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) acatou, em 15 de maio, um pedido da Associação do Vasco da Gama contra a 777 Partners para afastar a empresa, sócia-majoritária, da SAF.
O grupo entrou com recursos e liminares, mas a Justiça manteve a decisão e, desde então, a SAF está a cargo do clube associativo, que tem como presidente o ex-jogador Pedrinho.
Uma série de mudanças na diretoria e no departamento de futebol foram realizados neste período, como a contratação de Marcelo Sant’Ana como diretor executivo da pasta.
O dirigente, que tem experiência como diretor do América-RN e presidente do Bahia, detalhou o cenário encontrado pela gestão de Pedrinho e pregou o discurso de responsabilidade financeira.
“SAF ou associação, são duas palavras que significam o regime jurídico. O que importa pra mim é a gestão do dia a dia. O Real Madrid é o clube mais rico do mundo, o clube mais sucesso do mundo e é uma associação. É o único meio de sucesso? Não. Os clubes ingleses, são empresas. Os italianos, basicamente, são empresas também. O Bayern de Munique é um modelo híbrido. Então, pra mim, se é SAF ou é associação, não muda muita coisa, não. O que muda pra mim, o que faz diferença, é o modelo de gestão que você tem dentro dessa estrutura”, iniciou o diretor.
“São esse tipo de dificuldades que a gente tem que enfrentar e trazer respostas e soluções. É o que a gente tem buscado no dia a dia. É transformar essa realidade do Vasco, é mudar as práticas, é respeitar um orçamento que não era respeitado. O orçamento do primeiro semestre não foi respeitado. E quem foi que não respeitou? Foi a condução do processo. E aí não é dar significado, foi pessoa A, foi pessoa B. É a cultura que é estabelecida. Porque muitas vezes o funcionário faz o que a linha de comando determina”, seguiu o dirigente.
Porque nós somos funcionários, a gente tem que seguir a linha estratégica determinada no topo da pirâmide. E o Pedrinho, ele cobra da gente um time competitivo, um time que seja digno do Vasco da Gama, mas dentro de um cenário de responsabilidade. O presidente não aceita que a gente trate o Vasco sem responsabilidade. Então a gente tem que ter responsabilidade. As mudanças estruturais que o Vasco em 126 anos não fez no mandato do presidente Pedrinho, elas vão acontecer”, concluiu Marcelo Sant’Ana.