Integrante do grupo do Palmeiras na Copa Libertadores 2025, o Cerro Porteño-PAR emitiu comunicado oficial e afirmou que trabalhará para coibir atos discriminatórios em seu estádio “como sempre fez”.
A declaração acontece após o clube apresentar casos reincidentes de racismo em seu estádio. O último aconteceu contra o atacante Luighi, durante confronto com o Palmeiras pela Libertadores Sub-20, e outros atletas alviverdes.
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En estos momentos, en sesión de la Comisión Directiva fue resuelto el siguiente Comunicado Oficial. pic.twitter.com/jVWrdySQWh
— Club Cerro Porteño (@CCP1912oficial) March 20, 2025
Em 2023, quando o Palmeiras também enfrentou o Cerro Porteño, pela competição continental da categoria profissional, o então jogador do clube Bruno Tabata e outros atletas que se aqueciam no estádio foram chamados de “mono” (macaco em espanhol) por torcedores. Na ocasião, o próprio meia foi suspenso pela Conmebol por quatro meses.
Pelo caso recente contra Luighi, o clube paraguaio foi punido com portões fechados na Copa Libertadores Sub-20 e multado em 50 mil dólares (R$ 282 mil). O Palmeiras se indignou com a sanção aplicada, cobra punições mais fortes e solicitou a exclusão do Cerro da competição. Paulo Buosi, vice-presidente do Verdão, se referiu à pena como “ridícula”.
Em protesto, a presidente Leila Pereira não compareceu ao sorteio dos grupos da Libertadores, na última segunda-feira (17).
O Palmeiras, inclusive, juntamente com clubes que integram as ligas do futebol brasileiro (Libra e LFU), enviou uma carta à Fifa solicitando providências rigorosas contra crimes de racismo em competições da América do Sul.
Veja a nota oficial do Cerro Porteño
“O Clube Cerro Porteño informa que, após o resultado do sorteio da fase de grupos correspondente à Copa Libertadores, que resultou na disputa entre nossa instituição e a SE Palmeiras no mesmo grupo, e, à luz dos últimos acontecimentos, desejamos manifestar à opinião pública o que vem a seguir:
1. Certamente, é uma realidade que o flagelo da discriminação e da violência está profundamente enraizado na sociedade, não só na América Latina, mas em todo o mundo. Esses comportamentos incompreensíveis são levados para diversas áreas, como o futebol, mas não têm origem nem nascem aí.
2. O Cerro Porteño, conforme prometido, tem realizado diversas tarefas de investigação junto de instituições do Estado e de sensibilização dos torcedores, em consequência de acontecimentos de conhecimento público.
3. Em relação aos eventos desportivos que o Clube Cerro Porteño irá realizar como mandante nesta próxima fase, comprometemo-nos a tomar absolutamente todas as medidas de segurança e prevenção para garantir o desenvolvimento pacífico, sem violência ou atos discriminatórios de qualquer tipo, como sempre fizemos.
4. Pela nossa parte, manifestamos publicamente a nossa preocupação com os inúmeros comentários nas redes sociais e declarações noutros meios de comunicação, que só resultarão no agravamento do ânimo dos torcedores.
5. Por este motivo, apelamos por contenção e prudência, aos torcedores em geral, bem como os dirigentes das instituições desportivas, a comportarem-se de acordo com a regulamentação em vigor, bem como de acordo com as regras básicas de convivência, com o desejo de alcançar eventos desportivos pacíficos entre todos, dentro e fora do campo de jogo.
6. A conduta dos dirigentes dos clubes deve servir de exemplo para os seus torcedores, demonstrando assim moderação e respeito mútuo.
7. Acreditamos firmemente que é nosso dever trabalharmos juntos como clubes desportivos que somos, com o desejo de sensibilizar a opinião pública e aplicar os mecanismos pertinentes para retirar do futebol todo o tipo de comportamento discriminatório, todo o tipo de comportamento agressivo e violento, enfim, todo o tipo de comportamento que produza desunião entre as pessoas.
Por tudo isto, estamos disponíveis para dialogar com os nossos pares num quadro de decoro, cortesia e respeito recíproco.
Do Club Cerro Porteño reafirmamos o nosso compromisso inabalável em promover o futebol com respeito dentro e fora do campo, sem qualquer tipo de violência.”