A denúncia se deve ao fato de que, entre outros crimes, Andrés usou o cartão corporativo do clube para compras pessoais. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (15), o promotor de Justiça Cássio Conserino detalhou os gastos.
“Compra na H Stern - e detalhe, não é um relógio, que foi mencionado no interrogatório. São dois. O dinheiro empregado para a aquisição dos relógios é do Corinthians. Nota fiscal no nome de Andrés”, iniciou Cássio.
“Com gasto pessoal, com roupas da Brooksfield, com atendimento médico sem dizer quem é o paciente, ocultando a verdadeira titularidade de quem vai se submeter ao tratamento”, foi além, na sequência.
Depois, na mesma entrevista e em tom de desabafo, o promotor de Justiça foi enfático e reafirmou que Andrés Sanchez cometeu lavagem de dinheiro elementar e com recursos do Corinthians.
“Corinthians tá pagando. Por quê? É um dinheiro pequeno, mas não pode, gente. Não é dele! É do time. É do Sport Club Corinthians Paulista”, disparou Cássio Conserino.
“A lavagem de dinheiro se subdivide na elementar, na moderada e na sofisticada. E aqui é exemplo clássico, doutrinário de lavagem de dinheiro elementar”, finalizou.
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Entenda o caso
Os órgãos fiscalizadores do Corinthians e o Ministério Público investigam supostos gastos irregulares nas gestões de Andrés Sanchez, Duilio Monteiro Alves e Augusto Melo, entre 2018 e 2025.
Em julho deste ano, após vazamento nas redes sociais, Andrés admitiu que usou o cartão corporativo do clube para gastos pessoais e, posteriormente, realizou o reembolso. As compras foram feitas no final de seu último mandato, em 2020.
Em relação a Duilio, o portal ge.globo noticiou, também em julho, que o Corinthians bancou gastos pessoais durante sua gestão. A matéria também relata a suspeita de emissão de notas fiscais frias e gastos em empresa de fachada.
Augusto Melo também é investigado, mesmo sem qualquer informação pública em relação a gastos irregulares com dinheiro do clube durante seu mandato. O ex-presidente foi afastado em agosto, via Assembleia Geral, por conta da investigação do “caso VaideBet”.
O MP solicitou o afastamento temporário dos citados do Conselho Deliberativo e do Conselho de Orientação do Corinthians.