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CEO do Atlético comenta votação para mudança no percentual da SAF

Conselho do Galo marcou uma reunião no dia 4 de agosto para que o tema seja debatido, visando novos investimentos

Sede administrativa do Atlético

O Conselho Deliberativo do Atlético marcou, para o dia 4 de agosto, uma reunião para votar uma mudança no percentual da SAF. A alteração possibilitaria uma redução nas ações que a associação do Galo detém do clube - de 25% para menos de 10%. Em entrevista ao programa Rádio Esportes, da Itatiaia, Bruno Muzzi, CEO do Atlético, comentou a decisão.

“O que a gente está propondo ao conselho é que a cláusula de anti-diluição, que é a cláusula que mantém um percentual fixo da associação de 25%, seja revista para que não haja essa trava, para que numa eventualidade de novos aportes sejam de investidores externos, que é a prioridade, que é o trabalho que está sendo feito, que isso não impeça esse investimento de um terceiro”, iniciou Muzzi.

“Numa eventualidade de não conseguir de um terceiro, pode ser que os próprios acionistas assumam esse papel, como aconteceu na primeira transação. Ma quero deixar claro, que esse não é o nosso objetivo principal. Nós estamos com um processo no mercado, em busca de investimentos de terceiros para que a gente possa solucionar de uma vez o problema de estrutura de capital do Galo. A gente precisa, muito mesmo, de um aporte para que as coisas se organizem”, explicou.

“A reunião do dia 4 é para que o conselho avalie a possibilidade de retirar essa cláusula de anti-diluição. Essa cláusula garante um percentual para a associação de 25%, independente de qualquer aporte. Isso é muito prejudicial para que novos investidores cheguem no clube. É por isso essa necessidade”, disse ainda.

“É importante enfatizar, que essa cláusula de diluição, dilui a todos, não só a associação. É uma cláusula que do ponto de vista mercadológico, de negócio, não faz muito sentido”, acrescentou.

Por mais que a reunião seja visando novos investidores, Muzzi garantiu que essa pessoa ainda não existe, mas que a SAF está e busca dela. Ele também desmentiu os boatos de que os acionistas do Atlético estariam cortando investimentos.

“Qualquer coisa que tem falado ‘a família Menin vai cortar 200, 500, 800 milhões’, isso não procede, é notícia falsa, fake news, não existe isso”, comentou.

Outros momentos

“Naquele processo inicial, no primeiro momento, onde a gente buscou centenas e centenas de nomes e infelizmente não conseguimos nenhum investidor capaz de fazer uma proposta formal para o Atlético de forma emergencial, o conselho pediu que mantivesse essa cláusula. Essa cláusula foi criada naquele momento para manter os 25%. Agora, na hora que a gente começa a conversar com investidores e empresas, essa cláusula é uma barreira para que o Atlético possa receber”, disse Muzzi.

O CEO do Atlético destacou também, que a mudança não mudaria em nada na associação.

“Isso não muda em nada para a associação, em absolutamente nada. Os poderes que ela tem com 25%, com 15%, com 12%, com 10% são exatamente os mesmos. Então passa a ser um discurso de ‘está perdendo percentual’ do que uma coisa racional, concreta, que é normal de qualquer empresa, de mercado, de qualquer investimento”, completou.

Para exemplificar, Muzzi citou as outras SAF’s criadas no futebol brasileiro.

“Todas as SAF’s que foram feitas até agora, nenhuma possui mecanismo de anti-diluição, nenhuma possui, só o Atlético. Talvez o Vasco os garanta 10%. Lembrando, também, que não existe na lei da SAF uma obrigatoriedade percentual que a associação detenha”, contou.

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Mudança no percentual da SAF

O pedido pelo movimento partiu do Conselho de Administração do Alvinegro. Ele prevê que a diluição das ações só ocorreria sob as seguintes condições:

  • Oferta vinculante para aporte na forma primária por eventual investidor, de forma direta ou indireta;
  • Que o aporte no Atlético seja de pelo menos R$ 200 milhões;
  • Que independentemente do número de Ações Ordinárias Classe A da emissão da Companhia detidas pelo Atlético, referente acionista terá direito de indicar pelo menos dois membros para o Conselho de Administração.

A votação será iniciada às 18h (de Brasília), em primeira convocação, com presença de dois terços dos conselheiros, ou às 19h, em segunda convocação, com a presença de qualquer número de conselheiros.

Cláusula anti-diluição

Hoje, a porcentagem da associação do Atlético é protegida por uma cláusula anti-diluição no contrato com a SAF. Caso a mudança seja aprovada, a cláusula seguirá existindo, mas com um percentual menor para a associação.

Novos aportes?

Em entrevista coletiva concedida no dia 7 de junho, Rafael Menin, investidor do Atlético, abriu o jogo sobre a possibilidade de novos aportes no clube.

“A gente tem um processo que foi iniciado, mas a transação no futebol é dificílima. Eu gostaria de ter controle sobre isso (chegada de novos aportes) e afirmar aqui: ‘Eu cravo que em 2025 os atuais acionistas ou novos acionistas vão colocar aqui no Atlético ‘X’ milhões de reais’. Eu não posso fazer isso. O que eu posso falar é que temos um processo em curso (de novo aporte), que é demorado e difícil”, disse.

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