Esquema de segurança para Inter x RB Bragantino no Beira-Rio conta com mais de 600 PMs

Jogo pode marcar o rebaixamento do clube gaúcho à Série B do Campeonato Brasileiro

Brigada Militar auxilia segurança privada do Inter para o último jogo do Beira-Rio em 2025

Internacional x RB Bragantino conta com uma esquema de segurança reforçado no Beira-Rio, em Porto Alegre, na tarde deste domingo (7), Mais de 600 PMs foram direcionados para trabalhar no jogo válido pela 38ª e última rodada da Série A do Campeonato Brasileiro.

A ação ocorre como prevenção para os atos de violência em caso da confirmação do rebaixamento do Inter à Série B. Além das autoridades da Brigada Militar, o estádio conta com um esquema de segurança privada. O número do clube também é próximo de 600 profissionais.

A previsão do Inter para a partida no Beira-Rio é de 35 mil torcedores.

Ameaças à dirigentes

Na manhã deste domingo (7), o Inter publicou uma nota afirmando que a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, por meio da Delegacia de Polícia de Investigação Cibernéticas Especiais (DICESP/DERCC), deflagraram a Operação Cartão Vermelho. A iniciativa das autoridades cumpriu cinco ordens judiciais e três mandados de busca e apreensão, por crimes de ameaça e injúria praticados contra dirigente do clube e seus familiares.

Veja a nota na íntegra do Inter sobre a Operação Cartão Vermelho

“A Polícia Civil do Rio Grande do Sul, por meio da Delegacia de Polícia de Investigação Cibernéticas Especiais (DICESP/DERCC), coordenados pela Delegada Isadora Galian, deflagra neste domingo (07/12) a Operação Cartão Vermelho, com o objetivo de cumprir 05 ordens judiciais, dentre as quais 03 mandados de busca e apreensão, por crimes de ameaça e injúria praticados contra dirigente do Sport Club Internacional e seus familiares.

OS FATOS INVESTIGADOS

As investigações revelam um padrão preocupante de assédio e intimidação direcionado a um dirigente do clube colorado e sua família, com episódios que se intensificaram após partidas recentes do Internacional.

Primeiro ataque: após jogo no Rio de Janeiro

No dia 28 de novembro de 2025, por volta das 18h29, logo após o término da partida entre Internacional e Vasco da Gama, disputada no Rio de Janeiro, a vítima começou a receber mensagens ameaçadoras em seu telefone pessoal. As mensagens chegaram via WhatsApp e continham não apenas xingamentos, mas ameaças diretas de violência física. A vítima, preocupada com a segurança pessoal e familiar, bloqueou imediatamente o número.

Segundo ataque: ampliação das ameaças à família

A situação se agravou no dia 03 de dezembro de 2025, novamente após uma partida do Internacional, desta vez contra o São Paulo. O criminoso voltou a agir, mas mudou de tática: passou a atacar através do perfil da esposa da vítima no Instagram.

As mensagens enviadas pela rede social reiteravam as ameaças anteriores e, de forma ainda mais grave, estendiam explicitamente as intimidações aos familiares do dirigente. O tom das mensagens demonstrava que o autor estava acompanhando a rotina da família e sabia detalhes sobre seus entes, elevando o nível de preocupação quanto à segurança.

Padrão criminoso identificado

A análise dos episódios permitiu à DICESP identificar um padrão claro: os ataques ocorriam sistematicamente após jogos do Internacional, sugerindo que o criminoso responsabilizava a direção do clube pelos resultados das partidas. O uso de múltiplas plataformas digitais (WhatsApp e Instagram) e a persistência das ameaças, mesmo após bloqueios, demonstram a determinação e o planejamento por trás das ações.

Além disso, as investigações revelaram que a vítima não é caso isolado. O dirigente vem recebendo diversas outras ameaças de diferentes integrantes da torcida organizada, muitas delas também direcionadas ao seu telefone pessoal, número que acabou sendo divulgado indevidamente.

A investigação

Diante da gravidade dos fatos, a DICESP iniciou imediatamente as investigações e, através de um trabalho minucioso de inteligência, identificou dois suspeitos pelas práticas criminosas.

Primeiro investigado

O primeiro suspeito é um indivíduo com vasta ficha de antecedentes policiais, demonstrando histórico de comportamento violento e desrespeito à lei.

Seus registros incluem passagens por ameaça, dano, lesão corporal e posse de entorpecentes e foi solto há pouco do Sistema Prisional.

Segundo investigado

O segundo suspeito possui registros policiais preocupantes, incluindo ocorrências recentes por lesão corporal no âmbito de violência doméstica e inúmeras ameaças, evidenciando padrão de comportamento agressivo.

A OPERAÇÃO

A Justiça, reconhecendo a gravidade dos fatos e a necessidade de proteção da vítima e seus familiares, deferiu integralmente os pedidos da autoridade policial, protocolados no plantão.

Neste domingo, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em três endereços vinculados aos investigados na capital gaúcha. O objetivo é apreender aparelhos celulares, equipamentos eletrônicos, dispositivos de armazenamento, documentos físicos e digitais, além de eventuais armas de fogo e outros instrumentos que podem ser usados nas práticas criminosas.

Além das buscas, foram determinadas rigorosas medidas cautelares diversas da prisão aos investigados, dentre as quais, a proibição de participar de qualquer partida de futebol do Sport Club Internacional, em qualquer estádio, dentro ou fora do Rio Grande do Sul, pelo período de seis meses. O descumprimento dessas medidas resultará na imediata decretação de prisão preventiva dos investigados.

CONTEXTO E URGÊNCIA

As ameaças se intensificaram com a aproximação do jogo decisivo que ocorrerá neste domingo (07/12) entre Internacional e Bragantino, no Estádio Beira Rio, às 16h. Dessa forma, a Polícia Civil avalia que, sem a intervenção imediata, as ameaças poderiam se concretizar, colocando em risco a integridade física da vítima e de seus familiares. O momento que antecede a partida é considerado crítico, exigindo resposta firme das autoridades.

A Polícia Civil alerta que, caso as investigações revelem outros desdobramentos ou práticas ainda mais graves, os investigados poderão responder por crimes adicionais.

MENSAGEM À SOCIEDADE

A Delegada Isadora Galian, titular da DICESP, destaca que a Polícia Civil permanece vigilante no combate a crimes cibernéticos e não tolerará práticas de intimidação, assédio ou violência, em meios digitais.

“A paixão pelo futebol não pode servir de justificativa para práticas criminosas. Ameaçar, intimidar e ofender são crimes graves, com penas previstas no Código Penal. Quando essas condutas são praticadas por meio de redes sociais, a pena é ainda mais severa”, enfatiza a autoridade policial.

A operação demonstra o compromisso da Polícia Civil gaúcha com a segurança de todos os cidadãos, independentemente de sua posição ou função, e reforça que o ambiente digital não é terra sem lei.”

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Nikolas Mondadori é formado em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduado em análise do discurso midiático. Trabalha como correspondente do Itatiaia Esporte do Sul do Brasil. Passou por Rádio Gaúcha, jornal Zero Hora e portal GZH.

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