O grande responsável pela melhor fase da carreira de John Kennedy, o técnico Fernando Diniz abriu o jogo sobre os bastidores da relação dele com o atacante. Foi o jovem que marcou o gol do título do Fluminense na Copa Libertadores de 2023.
Diniz revelou que foram necessárias mais de 50 conversas em especial com o atacante para fazê-lo focar no futebol. O jovem convive na carreira com problemas extra campo.
“O John Kennedy é um menino que chegou com 14 anos no Fluminense, eu acho, vindo de Minas Gerais. Quando ele nasceu, o pai tinha 15 anos, e a mãe, 16. A gente tem no futebol é o seguinte: a gente tá do lado de fora e acha que ‘ah já conversei com o John Kennedy’, como se a gente tivesse o superpoder de conversar uma vez e resolver. Mas como vai resolver? Com duas conversas? Conversei com o John Kennedy acho que mais de 50 vezes na minha trajetória com ele, era quase todo dia. Ele, assim, às vezes não fazia, deixava um pouco na mão e errava de novo, acertava, errava, e esse é um processo de construção. Porque ele precisa disso, eu também tenho limite. Bom, tem gente que eu não consigo ajudar, e eu queria ter ajudado mais ele ainda, do que consegui ajudar. Mas assim, eu vou no limite que eu posso”, comentou ao Charla Podcast.
Ele lembrou que foi necessário um empréstimo do atacante para a Ferroviária, de São Paulo, para o jovem deslanchar. John Kennedy era umas das principais promessas da base tricolor.
“Quando cheguei (ao Fluminense) em 2022, eu já botei ele pra jogar. Ele jogou lá no jogo, acho que com Oriente Petrolero, ele entrou um pouco. E aí, não aconteceu. Não sei se chegou atrasado, começou a se dar problema. ‘Pô, John Kennedy, não, aí não dá’. Aí vai de novo. Botei ele no Sub-23. Do Sub-23 foi pro Sub-20. Aí a gente construiu uma ida dele pra Ferroviária. Aí ele voltou da Ferroviária. E aí ele foi bem no Paulista e voltou. E ali no Fluminense, o time estava bem, fui colocando ele aos poucos e ele foi indo. Mas vira e mexe o John Kennedy dá um trabalho com alguma coisa. Ele tem uma instabilidade, mas o John Kennedy precisa de ajuda”, afirmou.
Ajuda ao jovem
Segundo Diniz, John Kennedy é um jogador que precisa de atenção e mesmo com todos os esforços feitos por ele, pode não ter sido o suficiente.
“Talvez a gente não consiga oferecer a ajuda que ele precisa, mas a gente tem que se esforçar. Senão a gente perde o John Kennedy. Ele foi um dos grandes responsáveis pela conquista do título (da Libertadores) do Fluminense. Que era um cara que em determinados momentos as pessoas não queriam. O John Kennedy é um moleque de coração amoroso. Aquilo é só uma casca. Ele é um cara que precisa se encontrar e precisa de ajuda. Se a gente tem mais interesse em ajudar, mais gente querendo ajudar, a gente recupera mais gente, opinou.
Com a saída de Fernando Diniz no ano passado, John Kennedy foi perdendo espaço e pouco jogou com Mano Menezes. Ele está emprestado para o Pachuca, do México. Por lá são seis jogos e dois gols.