A utilização de Léo Ortiz como volante aconteceu, de forma inicial, como uma solução momentânea na ausência de vários nomes da função durante a Copa América. Três meses depois, a presença do camisa 3 no meio de campo já não é mais considerado um improviso nem pelo próprio atleta quanto pela comissão técnica.
Foi assim na vitória sobre o Bahia, em partida decisiva da Copa do Brasil, nesta quinta (12). Léo Ortiz iniciou a partida como volante, com o Flamengo tendo Erick Pulgar e Allan entre os reservas.
“Já não dá para chamar de improviso. Venho nessa função muitas vezes. Acredito que joguei mais como volante como zagueiro. Estou me acostumando à função, estou mais adaptado, buscando meu espaço e procurando desenvolver o meu jogo da forma que gosto e que o time precisa. A parte física eu vou sentir, estava há cinco, seis anos, jogando como zagueiro e as métricas mudam muito em termos de sprint e quilometragem”, explicou o atleta após a classificação para as semifinais da Copa do Brasil.
Léo Ortiz chegou ao Ninho do Urubu no início de 2024 para reforçar a defesa. O camisa 3 destacou pelo Bragantino e chegou à Seleção Brasileira, convocado pelo atual técnico do Flamengo.
Com Fabrício Bruno e Léo Pereira vivendo boa fase, o camisa 3 teve poucas oportunidades no primeiro semestre: foram seis atuações entre os meses de março e maio pelo Rubro-Negro.
Com a Copa América, em junho, Tite ficou sem os titulares De La Cruz e Erick Pulgar, e Allan, reserva imediato, lesionado. Foi a brecha para Léo Ortiz voltar à função que fez ainda na base.
Desde então, foram 19 atuações do defensor - a maior parte delas à frente da zaga e como titular. A readaptação é positiva, avaliou Léo Ortiz após a vitória por 1 a 0 sobre o Bahia.
“Como volante, venho me adaptando e tendo espaço entre os jogos para refletir, analisar um pouco o que venho fazendo para ser ainda melhor na posição. No começo, me incomodava pois não estava adaptado, participava pouco e isso me incomodava”, afirmou.
“Venho conseguindo estudar e encontrar espaços para participar mais do jogo e ajudar minha equipe. Hoje procurei muito o Arrascaeta, é uma característica minha buscar esse passe entre linhas. Conseguimos elevar o nível, recuperamos a energia na Data Fifa e ajustamos coisas que não vínhamos fazendo tão bem”, completou.
Como citou Léo Ortiz, a origem do gol de Arrascaeta, no segundo tempo da partida no Maracanã, teve como origem um passe de Léo Ortiz para Bruno Henrique.
O técnico Tite usou o mesmo exemplo para justificar a presença do atleta no meio de campo do Flamengo, mesmo tendo outras opções para o setor na partida contra o Bahia.
“Ele jogou oito, nove anos na base ali. Ele recebe a bola, um pouquinho antes do lance do gol, nós comentamos no banco, os dois zagueiros abastecem os dois primeiros meios-campistas, porque eles vão encontrar a passe e furar a linha para o Gerson e para o Arrascaeta na frente”, avaliou.
“O lance do gol é característico, ele recebe com o domínio orientado de lado, já dá o primeiro passe, aí o cara intercepta só para ver, porque ele tem um chip, ele antevê os movimentos, porque ele tem o domínio da posição. Como ele tem o domínio da posição de função de volante e de zagueiro que ele vem, ele pode jogar nas duas”, concluiu Tite.
Com Léo Ortiz à disposição - seja de zagueiro ou como volante -, o Flamengo segue vivo nas três frentes na reta final de 2024: Brasileirão, Libertadores e Copa do Brasil.
O próximo compromisso do Rubro-Negro é neste domingo (15), no Maracanã: clássico pela 26ª rodada da Série A contra o Vasco. A bola rola às 18h30 (de Brasília). Confira a tabela!