Comentarista do podcast 4D Esportes, o ex-atacante Rafael Sobis fez uma análise do insucesso de Fernando Diniz no Cruzeiro e o aconselhou a dar uma pausa na carreira para estudar e refletir sobre sua forma de treinar suas equipes e lidar com atletas.
Em 20 jogos no Cruzeiro, Diniz conquistou apenas quatro vitórias. O treinador obteve ainda nove empates e sete derrotas. O aproveitamento foi de 35%.
“O ideal para ele, já que é um cara muito inteligente, é dar uma relaxada, estudar. Ele é um cara estudioso, muito bom. Daqui a pouco vai para a Europa, passa um mês lá, vai espairecer. Não pega outro clube agora, dá uma tranquilizada”, aconselhou Sobis.
Priorizar times menores
O comentarista defende a tese de que Diniz deveria priorizar trabalhos em clubes de menor expressão, onde seu modelo de jogo possa ser implementado sem muita pressão de torcedores e dirigentes.
“Acho que o perfil do Diniz é pegar um time sem muito dinheiro, que aposte mesmo nele, mesmo com resultados ruins, porque demora para o estilo de jogo dele pegar”, argumentou.
“O estilo dele é para time jovem e clubes que não têm muito dinheiro e pensam dez vezes antes de demitir. Aí ele dura e chega uma hora que funciona. O resultado dele não é imediato”, agregou.
A demissão em tempo recorde no Cruzeiro, com apenas dois jogos oficiais na temporada, faz Sobis reforçar que Diniz não terá trabalhos longevos em clubes com grande investimento.
“Aí tu vê o time do Cruzeiro, que é poderoso e não pensa duas vezes em demitir ou não. A pressão é tão grande que demitiram ele no começo de uma temporada. Num clube que não tem dificuldade de trocar um treinador, o Diniz tem dificuldade. O estilo dele demora para pegar, para funcionar. E os caras não têm paciência mais”, disse Sobis.
Medalhões torcem o nariz
Diniz tem um estilo de jogo autoral, que prioriza posse de bola, protagonismo nas partidas e intensidade na marcação.
Sobis não via meios de essa estratégia prosperar no Cruzeiro com jogadores como Matheus Pereira, Dudu e Gabigol no comando do ataque.
“O Cruzeiro não tem esse ataque tão rápido para o estilo de jogo dele, de intensidade. Eu, se jogasse com o Diniz, tava ferrado. Eu não tenho essa intensidade, ia sofrer muito”, afirmou.
Ruim ele não é, é um baita treinador, já mostrou a qualidade dele, mas não é um treinador de elenco caro. Ele tem um estilo muito exigente de trabalhar, é um estilo completamente diferente. Ele é bem porra louca no campo, ele xinga, ele fala. Tem muitos atletas que não aceitam, isso aí a longo prazo pega.
Berros e cobrança excessiva
Outro ponto destacado por Sobis como negativo no trabalho de Fernando Diniz é a forma de interagir com os atletas. Nos treinos e nos jogos, o comandante se mostra explosivo e muito exigente.
“Ruim ele não é, é um baita treinador, já mostrou a qualidade dele. Mas não é um treinador de elenco caro. Ele tem um estilo muito exigente de trabalhar, é um estilo completamente diferente. Ele é bem porra louca no campo, ele xinga, ele fala. Tem muitos atletas que não aceitam, isso aí a longo prazo pega”, comentou.
“O Diniz tem que pegar um time muito necessitado. A partir do momento que ele ficou caro, ele pegou elencos caros e começou a ter dificuldade. Quando ele teve jogadores caros, ele teve dificuldade de impor o ritmo dele”, concluiu Rafael Sobis.