*Errata: inicialmente, a reportagem informou que conta era de Estêvão. Em contato com a Itatiaia, a assessoria do Palmeiras revelou, no entanto, que trata-se de um perfil falso - ainda que seja verificado. O clube paulista já toma as medidas para tentar derrubá-la. O texto foi atualizado às 15h57.
Uma conta falsa de Estêvão, do Palmeiras, publicou foto que ganhou intensa repercussão nas redes sociais. Na madrugada desta quinta-feira (10), a conta postou uma imagem da época em que o atacante era criança e defendia o Cruzeiro, o que despertou “euforia” da torcida celeste.
Nos comentários da publicação, muitos torcedores do Cruzeiro pediram o retorno de Estêvão ao clube. “Quer voltar? Pode falar que estamos de portas abertas”, escreveu um internauta. “O muro está baixinho, pode voltar”, disse outro cruzeirense.
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— Estevao Willian (@EstevaoWillian7) October 10, 2024
Vendido pelo Palmeiras ao Chelsea, da Inglaterra,
Nesta temporada, pelo Palmeiras, o camisa 41 soma 11 gols e oito assistências em 37 partidas.
Estêvão no Cruzeiro
Vale ressaltar que Estêvão chegou ao Cruzeiro quando tinha apenas nove anos, após o pai do atleta, Ivo Gonçalves, chegar à Toca da Raposa I, em Belo Horizonte, com um DVD do filho em mãos.
O atacante foi aprovado nas tradicionais “peneiras” pelo Cruzeiro, passou pelo futsal e pelo futebol de campo. Na capital mineira, o menino cresceu sob alta expectativa em virtude da extrema habilidade com a perna esquerda e ganhou a alcunha de “Messinho”, em referência ao argentino Lionel Messi, eleito o melhor do mundo oito vezes.
Aos dez anos, Estêvão assinou um contrato esportivo com a Nike. No entanto, à medida em que aumentava a expectativa sobre o seu futebol, o atacante foi atingido indiretamente por um escândalo.
Envolvido em polêmica
Em 2019, uma reportagem da TV Globo revelou que o Cruzeiro cedeu para empresários percentuais dos direitos econômicos de Estêvão, mesmo sem existir um contrato profissional, uma vez que ele tinha 12 anos. À época, houve ainda duas denúncias de negociações suspeitas feitas pelo então vice-presidente de futebol do clube, Itair Machado, e pelo presidente Wagner Pires de Sá.
O pai de Estêvão também estaria envolvido em uma das negociações, recebendo um percentual dos direitos do então postulante a jogador.
Essa prática fere as políticas da Fifa e é proibida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Essas e outras possíveis irregularidades da base do Cruzeiro passaram a ser investigadas pelo Ministério Público de Minas Gerais.
Em seguida, um processo iniciou tramitação na 7ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em novembro de 2020.
Saída para o Palmeiras
Em 24 abril de 2021, Estêvão completou 14 anos e poderia assinar o primeiro contrato com vínculo não profissional. Foi quando a família e seus representantes decidiram levá-lo para o Palmeiras, colocando fim na passagem pela Toca da Raposa I, iniciada em 2017.
A saída de Estêvão fez o Cruzeiro emitir nota oficial, lamentando o episódio e afirmando que a mudança foi “guiada de maneira bastante questionável pelo seu staff, que faltou com respeito e profissionalismo para com a instituição, dando um mau exemplo para o próprio garoto”.
A diretoria ainda acusou o Palmeiras de aliciamento, mas o clube alviverde rebateu e afirmou que a promessa estava livre no mercado e que agiu dentro dos princípios de ética e jurídicos.