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Ceará pede para ter acesso aos detalhes da Operação Penalidade Máxima

Clube quer entender processo e reunir dados para que possa, se provada a culpa, processar responsáveis por atos ilícitos

Richard estava no Ceará em 2022; ele foi afastado pelo Cruzeiro enquanto as investigações ocorrem

O departamento jurídico do Ceará enviou pedido de habilitação ao Ministério Público de Goiás (MP-GO) para que os advogados do clube tenham acesso aos detalhes da Operação Penalidade Máxima. A investigação apura casos de jogadores que podem ter recebido dinheiro de apostadores para manipularem resultados de partidas na elite do futebol brasileiro.

Segundo a diretoria do Ceará, o pedido foi feito em decorrência da possibilidade elevada do clube ter sido vítima de parte dos investigados na operação. O volante Richard, hoje no Cruzeiro, e o lateral Nino Paraíba, no América-MG, estavam no clube cearense quando podem ter sido aliciados pela quadrilha.

A atitude do Ceará não significa que resultados ruins da temporada passada, e que ocasionaram no rebaixamento da equipe para a Série B do Campeonato Brasileiro, possam mudar. O procurador-geral do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), Ronaldo Piacente, já disse que não haverá anulação de partidas de 2022 ou até mesmo paralisação dos campeonatos atuais.

O movimento do Ceará visa entender o processo para, caso sejam comprovados os fatos ilícitos de seus ex-jogadores, o clube possa buscar na Justiça ressarcimento financeiro.

A Operação Penalidade Máxima

O Ministério Público de Goiás ofereceu nova denúncia contra 17 pessoas no âmbito da Operação Penalidade Máxima II. Os denunciados são divididos em três núcleos: financiadores, apostadores e intermediadores. Seis jogadores estão denunciados nessa nova fase. A Itatiaia teve acesso à denúncia e detalha as argumentações do MP-GO.

Nove pessoas são investigadas por “dar ou prometer vantagem patrimonial ou não patrimonial com o fim de alterar ou falsear o resultado de uma competição desportiva”. Efetivamente, são as pessoas que abordaram os jogadores oferecendo valores para cometer pênalti ou ser punido com cartão. A pena de reclusão vai de dois a seis anos e multa.

Bruno Lopez de Moura, Ícaro Fernando Calixto dos Santos, Luís Felipe Rodrigues de Castro, Victor Yamasaki Fernandes, Zildo Peixoto Neto, Gabriel Ferreira Neris, Romário Hugo dos Santos, Pedro Gama e Matheus Phillippe Coutinho Gomes estão nessa categoria. Alguns deles são denunciados mais de uma vez - Bruno e Luís Felipe, por exemplo, foram enquadrados no mesmo artigo 13 vezes.

Os jogadores Eduardo Bauermann (Santos), Victor Ramos (à época na Portuguesa), Igor Carius (à época no Cuiabá), Paulo Miranda (à época no Juventude) e Fernando Neto (à época no Operário-PR) foram denunciados no Art. 41-C do Código Penal Brasileiro. A pena é de reclusão de dois a seis anos para quem solicita ou aceita vantagem ou promessa de vantagem para qualquer ato ou omissão destinado a alterar ou falsear o resultado de competição esportiva.

Aqui vale ressaltar que os jogadores não necessariamente receberam o dinheiro prometido. Victor Ramos, por exemplo, acertou os detalhes do acordo, mas não chegou a receber o dinheiro, pois a aposta não foi efetivada.

Outros quatro jogadores colaboraram com as investigações e não foram denunciados pelo MP-GO. Onitlasi Moraes Rodrigues Júnior (à época no Juventude), Kevin Lomónaco (Bragantino), Nikolas Santos de Farias (Novo Hamburgo) e Emilton Pedroso Domingues (Inter de Santa Maria) receberam valores e concordaram com a manipulação, mas auxiliaram o órgão público.

Kevin Lomónaco teria aceitado vantagem indevida em um jogo do Brasileirão e recebido R$ 30 mil, mas quando foi abordado novamente pelos aliciadores para ser advertido num jogo do Campeonato Paulista negou a proposta.

A investigação ainda está em andamento e o governo federal determinou que a Polícia Federal participará da apuração.

Formado em jornalismo pela PUC-Campinas em 2000, trabalhou como repórter e editor no Diário Lance, como repórter no GE.com, Jornal da Tarde (Estadão), Portal IG, como repórter e colunista (Painel FC) na Folha de S. Paulo e manteve uma coluna no portal UOL. Cobriu in loco três Copas do Mundo, quatro Copas América, uma Olimpíada, Pan-Americano, Copa das Confederações, Mundial de Clubes, Eliminatórias e finais de diversos campeonatos.

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