Sair do lugar comum. Assim o presidente da Liga Forte União, Marcelo Paz, definiu, em entrevista à Itatiaia, o modelo de negociação de direitos de transmissão dos clubes do bloco para a
“Foi um processo em que a gente teve que inovar, em que a gente teve a coragem de sair do lugar comum, fatiar os direitos, trazer para o Brasileirão um novo modelo. Um processo que demanda um tempo de negociação, de ajustes, uma tentativa que conseguimos fazer com que todos os pacotes tivessem valor”, disse Paz, que é o CEO da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do Fortaleza.
“Porque muitas vezes falam, ‘ah, o primeiro pacote tem mais valor do que o segundo, o segundo tem mais valor do que o primeiro’, mas foi criado o rodízio dos jogos. Então isso fez com que cada pacote tivesse a sua importância”, completou o dirigente.
Com um valor anual total de R$ 1,7 bilhão, o grupo dividiu os direitos em quatro players: TV Record (aberta), Cazé TV no Youtube (streaming), Amazon Prime (streaming pago) e Grupo Globo (TVs aberta e fechada e Premiere). Haverá um rodízio de escolha de partidas.
Na primeira rodada, a prioridade será da Record, na segunda da Amazon, na terceira da Globo, e assim por diante. A Cazé TV transmitirá sempre o mesmo jogo da Record.
Os dois dirigentes ressaltaram que o modelo adotado de fragmentação, que aumentou as receitas e a oferta de jogos, fez com que a divisão dos ganhos fosse mais equilibrada.
“A divisão desse bolo ser mais equilibrada é o diferencial. Nós tínhamos uma divisão que era seis, sete vezes entre o primeiro e o último, o que recebiam, hoje é uma divisão muito mais próxima, conforme os modelos internacionais”, disse Barcellos.
Segundo Paz, a diferença entre o valor daquele que ganhará mais para o que ganhará menos será de cerca de 2,5, bem menor do que os seis ou sete citados por Barcellos.
Na Libra, o outro bloco de clubes, a opção foi por um acordo exclusivo com o Grupo Globo, que detém com exclusividade as partidas das equipes da Libra como mandante. O valor fechado foi na casa do R$ 1,1 bilhão, a acrescentar valores do pay-per-view.
Novos patrocínios
Dentro desse pacote fragmentado de direitos de transmissão, a LFU vislumbra a venda de outros ativos comerciais. Para Paz e Barcellos, há quase que um “infinito” de possibilidades nos próximos anos para gerar novas receitas aos clubes dentro do Brasileirão.
“Temos que aproveitar a força dessas marcas que estão dentro da LFU. Você, em um futuro, pode por exemplo vender produtos desses clubes ligados ao Brasileirão. Somos um grupo plural, clubes de Séries A e B, e também da C, abrange muita gente que consome futebol. A força dessa coletividade vai trazer novas receitas”, disse Marcelo Paz.
Os dirigentes confirmaram que LFU e Libra trabalham em conjunto a venda dos direitos internacionais do Brasileiro. Os clubes entenderam que não faria sentido a negociação separada, que não atrairia interessados só com parte do pacote disponível. A presença de estrelas na competição, como Neymar no Santos, Depay no Corinthians, Enner Valencia no Inter e David Luiz No Fortaleza, pode ajudar nessas negociações.
“Claro que a gente tem que criar um pacote de entrega deste jogo que atraia o consumidor, nos Estados Unidos, na China, em Hong Kong, na Bélgica, na Espanha, na Itália. Isso tem a ver com comunicação visual, isso tem a ver com horário que o jogo vai passar ao vivo nesses países”, disse Paz.
“A questão da internacionalização, ela tem que ser junto com a Libra. A gente tem que que juntar os 20 clubes da Série A e vender coletivamente esse direito, que é uma fonte de receita muito importante que a partir dessa derivam outras. Porque a partir do momento que as marcas dos clubes brasileiros começam a ficar populares nesses grandes mercados, você também vai vender camisa nesses mercados”, afirmou Paz.
Divisão dos times por blocos na Série A em 2025
Libra: Atlético, Flamengo, Palmeiras, São Paulo, Grêmio, Bahia, Vitória, Red Bull Bragantino e Santos.
LFU: Cruzeiro, Corinthians, Vasco, Fluminense, Botafogo, Inter, Mirassol, Fortaleza, Ceará, Juventude e Sport
