Cuca, treinador do Atlético, analisou o grande números de treinadores estrangeiros no futebol brasileiro. Em entrevista ao programa CNN Esportes S/A, da CNN Brasil, ele declarou que enxerga isso como um caminho natural do futebol brasileiro.
“Eu acho que quanto maior for a competitividade, com qualidade, para nós é ela válida”, declarou
De acordo com o treinador paranaense, essa tendência não se limita ao cargo de técnico de futebol no ecossistema do esporte
“Se a gente for ver hoje também, está existindo a vinda de estrangeiros para a televisão, para rádio também , como comentaristas. Eles também fazem a gente ter uma evolução. A vinda de estrangeiros até para ser CEO, para ser diretores de futebol, então é só para dentro do campo que está acontecendo isso”, apontou.
Desabafos sobre profissionais brasileiros no exterior
Apesar de entender esse novo momento do esporte no Brasil, Cuca cobrou uma maior participação dos profissionais do país em outros mercados, como a América do Sul.
“O que eu penso assim que poderia acontecer é a saída de algum brasileiro também para fora. A gente tem bons treinadores”
No entanto, para isso é preciso um reconhecimento maior dos cursos efetuados pelos treinadores brasileiros. Nesse sentido, o comandante do Galo criticou o valor das certificações realizadas pela CBF, apesar de reconhecer sua qualidade.
“Mas eu acho que tem que ter um alinhamento. A gente faz curso na CBF, que às vezes a própria CBF não reconhece o curso. Você tem a carteira do curso da CBF, vai tentar usar no banco, não aceita. Você tem que ter um outro documento. São coisas que complicam” desabafou.
“Mas os cursos são bons. Se você for na CBF olhar um curso, tem diversos treinadores de fora, professores de fora, mais conceituados, vem dar palestras. É muito bom esses cursos, são muito bons”, destacou.
Treinador brasileiro na Argentina?
Para Cuca, um profissional brasileiro poderia fazer um bom trabalho em um clube argentino.
“A modernidade cada um tem a sua. Cada um tem seu sistema de jogo, mas eu acho que algum treinador brasileiro podia treinar um time na Argentina”, sugeriu.
Para ele, basta um bom técnico fazer um bom trabalho no país vizinho para abrir as portas para os demais.
“Eu não tenho dúvida que se um Boca, um River, leva um treinador nosso de ponta, ele faz um bom trabalho lá. Às vezes falta uma oportunidade maior de mercado, e esse treinador que for lá, faz um bom trabalho para abrir as portas para os demais”, finalizou.
Na entrevista, ele citou que Dino Sani foi o único nascido no Brasil que treinou na Terra do Tango. Contudo, Oswaldo Brandão, Tim, Delém e Didi também treinaram times argentinos.