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Ídolo do Atlético, Reinaldo revela treinador favorito; saiba quem é

Artilheiro atleticano relembrou dificuldades na carreira e Copa do Mundo de 1978, na Argentina

Reinaldo disputou Copa do Mundo de 1978, na Argentina

Num pingue-pongue publicado pelo Mineirão em suas redes sociais, Reinaldo, maior artilheiro da história atleticana, declara como maior treinador com quem trabalhou Cláudio Coutinho, campeão brasileiro de 1980 com o Flamengo numa final justamente contra o Atlético.

Mas quando essa decisão ocorreu, a admiração já existia e ela está carregada de gratidão. Apesar de toda a qualidade técnica, Reinaldo disputou apenas uma Copa do Mundo, em 1978, na Argentina. E isso só foi possível porque Cláudio Coutinho brigou para ter o maior artilheiro atleticano em seu grupo.

Naquela época Reinaldo já sofria com os problemas nos joelhos. Tanto que logo após o Mundial da Argentina, onde o Brasil ficou com a terceira colocação, mas de forma invicta, ele fez uma cirurgia que o tirou dos gramados por quase um ano.

Em 1978, Coutinho proclamou seu time o “campeão moral”, principalmente por causa da suspeita de armação dos argentinos num 6 a 0 sobre o Peru, na última rodada de um dos quadrangulares, que colocou os donos da casa na decisão, contra a Holanda, e o Brasil na disputa do terceiro lugar contra a Itália.

Antes da convocação final, a Seleção fez uma excursão à Europa e Reinaldo foi. A desconfiança era grande em relação ao seu aproveitamento, mas Coutinho bancou o centroavante. Ficou famoso na época o aparelho chamado Nautilus, que era usado pelo Rei, que tinha uma dura rotina de fisioterapia e musculação.

Segundo o autor Ivan Soter, o Nautilus foi doado à Confederação Brasileira de Desportos (CBD) pela Organização dos Esportes Americanos e instalado na Granja Comary.

Na despedida da Seleção do País, no Maracanã, o Brasil venceu a Tchecoslováquia por 2 a 0 e os gols foram de Reinaldo e Zico, outro citado por ele, pois o ídolo atleticano considera o Galinho de Quintino e Toninho Cerezo os melhores jogadores com quem ele atuou.

Único gol de Reinaldo em Copas

Na estreia do Brasil, em Mar del Plata, num campo pesado, a Seleção ficou no 1 a 1 com a Suécia e Reinaldo marcou seu único gol em Copas empatando a partida aos 45 minutos do primeiro tempo.

Este é o famoso jogo em que o árbitro Clive Thomas, do País de Gales, encerrou o confronto com a bola no ar após cobrança de escanteio de Nelinho que encontrou Zico na área sueca numa cabeçada que venceu o goleiro Hellström.

Mas o lance foi invalidado. Na segunda rodada, o Brasil empatou por 0 a 0 com a Espanha e a pressão passou a ser grande. Reinaldo foi sacado por Cláudio Coutinho que escalou Roberto Dinamite. E o ídolo vascaíno marcou o gol da vitória por 1 a 0 sobre os austríacos que colocou a Seleção num dos quadrangulares semifinais.

Reinaldo não participou desse confronto e dos três seguintes, pelo quadrangular semifinal, contra Peru (3 a 0), Argentina (0 a 0) e Polônia (3 a 1). Na disputa do terceiro lugar, contra a Itália, entrou no lugar do ponta Gil, no segundo tempo. Era sua terceira e última partida em Copas do Mundo.

Influência da CBD

Depois, em entrevistas, Reinaldo afirmou que a perda da posição teve a influência do Almirante Heleno Nunes, presidente da CBD e vascaíno declarado.

O centroavante atleticano era crítico da Ditadura que estava instalada no Brasil desde 1964 e, segundo ele, isso teve influência, além do fato do Almirante Heleno Nunes ter preferência pelo também vascaíno Roberto Dinamite.

Por pressão ou não, Reinaldo não conseguiu disputar toda a Copa de 1978, mas isso não abalou a gratidão por Cláudio Coutinho, que brigou muito para ter o craque atleticano no grupo que ele levou à Argentina.

Alexandre Simões é coordenador do Departamento de Esportes da Itatiaia e uma enciclopédia viva do futebol brasileiro

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