A Fifa aprovou em seu Congresso na Tailândia, em maio, documento com medidas para tentar minimizar o racismo no futebol. Um dos pontos foi a criação de um gesto para que jogadores informem ao árbitro que sofreram algum ato racista, seja de atletas ou de torcedores.
Esse procedimento será usado pela primeira vez em uma competição da Fifa na Copa do Mundo Feminina Sub-20, que começa neste sábado (31), na Colômbia. O Brasil é um dos 24 participantes e está no Grupo B, junto com Fiji, França e Canadá. A estreia será neste sábado (31), às 20h (de Brasília), contra Fiji.
O gestual definido, as mãos cruzadas, servirá para que a arbitragem identifique rapidamente o ato racista comunique a todos os presentes no estádio, e a quem estiver assistindo em vídeo, que iniciou os três passos, que já existiam, quando ocorre racismo durante as partidas: interromper o jogo, e pedir pelos altos falantes que o racismo pare, suspender a partida com os times indo ao vestiário, e insistir no pedido, e cancelar totalmente o confronto.
Esse modelo foi aprovado por unanimidade pelas 211 associações filiadas à Fifa. O presidente da federação internacional, Gianni Infantino, é defensor de medidas mais duras em casos de atos racistas, como a derrota automática do clube com seu profissional ou torcedor envolvido. Essas decisões, entretanto, cabem às associações nacionais, muitas delas por meio de tribunais desportivos.
Nos últimos anos, o brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid-ESP, se tornou alvo principal de racistas, principalmente na Espanha, em diversos estádios. Em jogos de times brasileiros nas Copas organizadas pela Conmebol (Confederação Sul-Americana) também é comum atos racistas, principalmente de torcedores imitando macacos.
A Copa do Mundo Feminina Sub-20 será disputada até 22 de setembro, pela primeira vez com 24 participantes. Se classificam para as oitavas de final as duas primeiras seleções de cada um dos seis grupos e mais as quatro melhores terceiras colocadas.