Após ser condenada e receber a
Em relação ao vídeo em que Dayane Alcântara Couto de Andrade foi racista com a criança, que na época tinha 4 anos, ela contou que “não fez no intuito de ofender ninguém”.
Day, que está sempre envolvida em polêmica, ainda tentou justificar a situação dizendo que “o pai é negro, que é filha de negro, que tem traço de negros, que desde a infância inteira sofre racismo, que as pessoas acham que ela é branca mas que não é e que vai explicar”.
A defesa de Day afirma que ela “agiu por impulso”. “Ela sempre sofreu com comentários racistas sobre sua aparência física nas redes sociais e, portanto, sentiu raiva e decidiu gravar o conteúdo”, contou à CNN.
Ainda assim, o juiz federal Ian Legay Vermelho não aceitou as alegações e afirmou que o intuito de ofender a garota é “cristalino”.
“Não há elasticidade semântica que permita relativizar o conteúdo manifestamente hostil, agressivo, injurioso, direcionado à vítima, propagador de violência contra sua qualidade de indivíduo da cor preta, unicamente em razão de tal qualidade. Por óbvio, o fato de a acusada ter sofrido com ofensas racistas provocadas por terceiros não lhe garante o direito de ofender a honra de indivíduos não envolvidos na discussão, ainda que imbuída de acessos de raiva, como aduz a defesa, por ser uma pessoa impulsiva”, afirmou.
Entenda o caso
Em 2017, Day McCarthy usou as redes sociais para proferir ofensas racistas contra Títi, filha dos atores Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank, na época com apenas 4 anos. O episódio causou uma grande revolta nas redes e a artista reagiu publicamente às ofensas.
Desde o episódio repugnante, a família luta na Justiça, um longo caminho.
‘Mesmo com todos os nossos privilégios, o caminho foi longo: apenas em maio de 2021 conseguimos oferecer uma denúncia. E somente na última quarta-feira, dia 21 de agosto de 2024, sete anos depois, a Justiça Federal do Rio de Janeiro proferiu uma decisão inédita condenando a autora dos crimes por injúria racial e racismo’, desabafa Gagliasso.
Pais de Títi, Bless e Zayan, Bruno e Giovanna celebram a vitória nas redes sociais.
‘Como pais, estamos emocionados e agradecemos: a comoção pública foi fundamental para este avanço. Não temos mais nada a declarar, mas seguiremos vigilantes porque o racismo está longe de acabar’, conclui os pais em comunicado.
Em contato com a Itatiaia, o advogado de Dayane, Gil Ortuzal informou que vai recorrer a sentença.
‘Nós vamos recorrer. Entendemos que a pena foi muito alta, realmente uma condenação emblemática se falando de racismo, com rigor da lei, mas um pouco de excesso na pena. Ela (Dayane) não se furta de de pagar o que ela tiver com a justiça mas tem que ser uma pena justa. Para o crime de racismo a pena é de dois a cinco anos, ela foi condenada 8 anos e 9 meses. O juiz entendeu que ela cometeu duas injúrias dois racismo é um concurso material a somatória dessas penas e também com agravante de ser na internet o que facilitou a divulgação. Mas entendemos que excedeu o máximo legal’, afirma a defesa.