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Vídeo: Alok chora e desmente que pai era produtor de rave atacada pelo Hamas em Israel

Pai de Alok faria show na noite do ataque e sobreviveu ao conseguir abrigo em um bunker

O DJ Alok usou as redes sociais na madrugada desta terça-feira (10) para desmentir que o pai dele, DJ Juarez Petrillo, era o produtor e organizador da rave que foi alvo de ataque do Hamas na madrugada de sábado (7), em Israel. O local atingido fica a cerca de 30 minutos da Faixa de Gaza e é conhecido por realizar festas e eventos desde 2000. Em vários momentos do vídeo Alok chora e disse que o único desejo dele, agora, é poder reencontrar, ‘abraçar e acolher’ o pai que tenta voltar para o Brasil. Veja vídeo abaixo.

O DJ e produtor Juarez Petrillo é o idealizador de um festival chamado Universo Paralelo que acontece no Brasil há mais de 20 anos. "É o maior festival de arte e cultural da América Latina e é um festival que é reconhecido mundialmente e, por isso, tem o interesse de vários produtores internacionais em licenciarem a marca. Quando eles licenciam a marca eles têm o direito do uso do nome e do visual. Então, meu pai já licenciou pra diversos países e foi a mesma coisa que aconteceu em Israel, pela primeira vez. Então, o produtor local israelense contratou a identidade visual e contratou meu pai para tocar também. Toda a responsabilidade da organização, produção, execução, escolha do local, é feita pelo contratante, pela produtora local.”

Durante o relato do Alok, que durou cerca de 6 minutos, o DJ se emocionou várias vezes e contou em detalhes como o pai conseguiu escapar com vida do ataque.

“Meu pai tava no evento, estava prestes a se apresentar quando começou a ter um bombardeio ali e o evento foi interrompido e a polícia começou a evacuar. Todo mundo saiu correndo, meu pai também saiu correndo, e ele conseguiu entrar num carro e sair de lá. O carro de trás que tava com conhecidos dele foi baleado e meu pai conseguiu se abrigar em um bunker e ficou seguro lá.”

Uma das perguntas feitas e respondida por Alok, no vídeo, é o questionamento de muitas pessoas que tentam entender o motivo do local da rave ser tão próxima da Faixa de Gaza.

“A pergunta que muitas pessoas fizeram e que eu também fiz foi porque fizeram um evento tão próximo da Faixa de Gaza (ficava a 30 minutos). Foi quando eu descobri que, na verdade, lá é um lugar que acontecem eventos desde 2000. Israel é um dos grandes polos da música eletrônica.”

Antes de terminar o vídeo, o DJ repete que o pai não era produtor do festival e, sim, mais dos contratados para fazer o show.

“Essa é a história verdadeira. Meu pai não é organizador, ele não é responsável, ele foi lá como contratado. Toda vez que vocês virem uma pessoa falando uma história diferente disso, não é verdade. Me ajudem a espalhar o que é verdade.”

Ao final do vídeo, Alok se emociona e desaba em lágrimas ao falar da saudade do pai e da relação distante que os dois têm.

“Faz mais de 15 anos que não moro com o meu pai. Eu, infelizmente, tenho pouco convívio com o meu pai. Ele toca, ele é DJ, então tá sempre viajando pelo mundo e eu também. Ele não sabe aonde eu tô e eu não sei onde ele tá e eu descobri que ele tava lá através da internet. Meu pai tá bem, ele tá seguro, ele conseguiu chegar em Tel Aviv e tá fazendo todos os esforços pra voltar pro Brasil. Tudo o que eu quero agora é poder abraçar ele, acolher ele, mas infelizmente muitas pessoas não vão poder fazer isso. Muita tristeza, muitos inocentes estão morrendo.”

Jornalista graduada pelo Centro Universitário Newton Paiva em 2005. Atua como repórter de cidades na Rádio Itatiaia desde 2022
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