A movimentação dos candidatos da esquerda à Prefeitura de Belo Horizonte, Rogério Correia (PT) e Duda Salabert (PDT), em busca de votos para chegar ao segundo turno, tem gerado alfinetadas e um clima tenso no campo progressista da capital mineira.
Nesta semana, Duda afirmou que uma “união da esquerda está próxima” em BH e sugeriu que o apoio de Rogério à sua candidatura a levaria para o segundo turno da eleição. A ideia da deputada federal do PDT é evitar que dois nomes do campo da direita ou de centro-direita cheguem à segunda fase da eleição.
As declarações de Duda, no entanto, foram vistas como um desrespeitos pela chapa formada por Rogério Correia e Bella Gonçalves (deputada do PSOL e candidata à vice na chapa). Nos últimos dias, as duas campanhas trocaram provocações e ironias.
Exemplo ruim de Ciro Gomes
Neste sábado (14), o deputado Rogério Correia questionou uma tentativa de Duda Salabert de “se impor acima de qualquer construção política” e comparou a candidata do PDT ao ex-governador do Ceará e ex-ministro, Ciro Gomes, que também vive rusgas com o PT nos últimos anos.
“Talvez a Duda tenha mesmo o ego maior que devia e na política isto é ruim. Despreza partidos e movimentos organizados e tenta se impor sozinha acima de qualquer construção coletiva. No campo progressista isto não se cria”, disse o petista.
“Ao invés de factoides contra minha candidatura, deveria respeitar o PT, PSOL, PV, PCdoB, REDE, PCB e o campo do presidente Lula. Afinal o antipetismo levou Ciro Gomes ao completo isolamento”, afirmou Rogério.
O deputado citou ainda ter o apoio da deputada trans Erika Hilton, que declarou apoio à candidatura do PT em BH. “Existem na Câmara duas deputadas trans. Uma é ela (Duda) que se apoia, outra é Erika Hilton, que apoia eu e Bella. E o pior para Duda neste caso é que não pode acusar a colega de transfobia, para desviar o foco de seu absoluto isolamento”, disse Rogério Correia.
Convite ao PT e ao PSOL
Na sexta-feira (13), durante agenda de campanha, Duda voltou a falar que o apoio dos outros partidos de esquerda à sua candidatura é uma forma de garantir um representante do campo progressista no segundo turno da disputa em BH.
“Queremos a união do campo progressista nas urnas já no primeiro turno, e as pesquisas dizem que a nossa campanha é a única do campo progressista que pode chegar ao segundo turno. Então convido mais uma vez ao PT e ao PSOL que nos apoiem para que juntos cheguemos ao segundo turno”, afirmou Duda.
Por fim, diz contar com o apoio de “boa parte” dos candidatos da Federação Brasil da Esperança, formada por PT, PCdoB e PV, além da Federação PSOL-Rede.
“Já temos o apoio de boa parte dos candidatos a vereador da coligação PT, PSOL e Rede. Tenho certeza de que essa união levará o campo progressista para o segundo turno”, completou.