Ouvindo...

Viana revela mágoa com Bolsonaro, se diz ‘outsider’ e que Marçal pode ser nova voz da direita

Candidato à Prefeitura de Belo Horizonte pelo Podemos, Carlos Viana participou de sabatina da CNN Brasil nesta quarta-feira (4)

Candidato do PL nas eleições de 2022 ao Governo de Minas, Carlos Viana, agora no Podemos, volta às urnas no pleito municipal dois anos mais tarde. Agora, longe do antigo padrinho político, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — que apoia seu adversário, Bruno Engler, do mesmo partido.

Em sabatina à CNN Brasil ele revelou como se deu o rompimento com Bolsonaro, em meio às eleições passadas, confirmou que tenta colar a imagem à do candidato À Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, e diz se considerar um “outsider” na política — mesmo estando há seis anos no Senado Federal.

De acordo com o Viana, em abril de 2022 Bolsonaro pediu para que ele deixasse o MDB e se filiasse ao PL para disputar o Governo de Minas.

“Em 2022 eu não pedi apoio do Bolsonaro para ser candidato. Ele me convidou, juntamente com o Valdemar Costa Neto. Me chamaram no último dia, estavam lá ele [o presidente], Flávio Bolsonaro, Valdemar e um deputado federal mineiro. Eu estava no MDB e seria candidato pelo MDB em Minas Gerais. O próprio presidente me disse o seguinte, que ele me lançaria porque Zema não queria dar o apoio necessário”, revelou o senador.

Ainda conforme o relato de Carlos Viana no primeiro evento de campanha, Bolsonaro quebrou o acordo.

“Fizemos um acordo, Bolsonaro apertou a mão e no primeiro evento público que nós tivemos, em Uberaba, a população começou a vaiar o Zema e ele levantou o braço do governador e disse, na minha frente, que time que está ganhando não se mexe. Ele não cumpriu comigo o acordo”, completou.

Relembre:

Viana elogia Pablo Marçal

Sem Bolsonaro como aliado, Viana tem dito que a direita precisa de uma nova voz e tenta se atrelar ao nome de Pablo Marçal que, entre rusgas e afagos com a família Bolsonaro, cresce nas pesquisas eleitorais na capital paulista.

“Pablo Marçal eu entendo como a nova voz da direita e pode se tornar um grande líder, usando as redes sociais. Mas tem que ver a questão do passado dele”, afirmou sobre acusações que pesam sobre o candidato do PRTB de São Paulo, que incluem uma prisão por alguns dias e uma condenação por fraude bancária, além de supostas ligações com pessoas vinculadas ao crime organizado.

Leia também

“Se ele, hoje, quiser formar um grupo novo de direita, que quer propor uma nova conversa com a população, eu topo fazer, inspiro e ajudo a criar uma nova saída para a direita no Brasil. Nós não podemos ficar com esse carimbo bolsonarista de ultradireita que, infelizmente, não funcionou e nos levou a perder a eleição”, disse Viana durante a sabatina.

A Itatiaia mostrou, nessa semana, que Carlos Viana tem tentado vincular sua imagem à de Marçal e passou a usar um boné com a expressão “Faz o V”, em clara referência à estética do candidato em São Paulo.

Mesmo ocupando cargo de senador desde 2019, após ter vencido as eleições do ano anterior, o ex-aliado de Bolsonaro se vê como um “outsider”, ou seja, um nome de fora da política, assim como reconhece Marçal.

“Eu, hoje, me sinto livre o suficiente para ser um outsider da política. Por que? Eu não tenho conchavo político. Não tenho padrinho político que vai me obrigar a fazer absolutamente nada”, completou.


Participe dos canais da Itatiaia:

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.
Leia mais