Pré-candidato do PSB à Prefeitura de Belo Horizonte, Paulo Brant critica a tentativa de formação de uma frente ampla de grupos da esquerda para a disputa na capital mineira e defende que cada grupo tenha espaço para defender suas ideias e propostas.
Vice-governador de Minas Gerais no primeiro mandato do governador Romeu Zema (Novo), Brant deixou o Partido Novo no início de 2020. No ano passado, Brant se filiou ao PSB e foi lançado neste ano como pré-candidato à PBH.
Em entrevista à Itatiaia, Brant defendeu a pluralidade das candidaturas na corrida pela PBH e afirmou que a polarização entre esquerda e direita representa um “veneno” para a democracia brasileira.
“A polarização é um dos venenos, um câncer, que temos no Brasil. Ele interdita o debate político. No Brasil, temos gente dizendo que temos que fazer uma frente de esquerda ou uma frente de direita, isso é um equívoco grave. Porque impede que o cidadão tenha a possibilidade de escolher entre várias opções. A eleição tem que ser uma disputa colorida, com todas as alternativas e liberdade para o cidadão escolher. A realidade não é binária, entre esquerda e direita, ela é mais complexa. Minha pré-candidatura é contra a polarização. Agora é a chance de cada pré-candidato apresentar seus valores e suas ideias. Essa polarização empobrece o debate eleitoral e o 1º turno é para isso, para que o eleitor possa escolher entre várias ideias”, afirmou Brant.
Questionado sobre a possibilidade da formação de uma frente ampla de partidos de esquerda para impedir que nomes da direita vençam as eleições - tese defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante visita em BH no início do ano -, Brant afirmou ser contra a união com outras legendas na primeira fase da eleição.
“Eu sou contra a formação de frentes amplas. O problema de BH, de Minas e do Brasil não é uma questão de direita ou esquerda. Há 40 anos a sociedade se mobilizou em um dos movimentos mais bonitos, das Diretas Já, as pessoas queriam eleição, as pessoas queriam poder escolher. Então, não podemos concordar em apresentar só duas opções. Quem é a favor da democracia, não pode interditar o debate e deixar ele superficial”, disse o pré-candidato do PSB.
‘Mal estar generalizado’
O ex-vice-governador afirmou que percebe um mal estar generalizado na população e que vários nomes que estão na política mineira não representam parte dos eleitores.
“Hoje, percebemos um mal estar generalizado, uma insatisfação generalizada, não só em Belo Horizonte, mas em todas as cidades do país, e a maneira de resolver isso é com a política. E a política não está bonita. Temos na eleição o momento sagrado que o cidadão tem para mudar os rumos da sociedade”, afirmou.
“Não me sinto melhor do que ninguém, não me sinto melhor do que nenhum outro pré-candidato, mas posso dizer que não me sinto representado e acho que grande parte da sociedade também não. Então, quero contribuir nessas eleições, mostrar minha visão de mundo, como enxergo o papel do prefeito, e como fazer com que BH volte a ser uma cidade generosa e gostosa, que foi a cidade que conheci quando me mudei para cá”, avaliou Brant.