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Veja quando foi a última vez que o Brasil perdeu mais de dois jogos seguidos

Na transição entre Leão e Felipão, em 2001, Seleção foi derrotada quatro vezes; Diniz tenta evitar marca negativa contra a Argentina

Fernando Diniz tenta evitar marca negativa no comando da Seleção Brasileira

Fernando Diniz tenta evitar marca negativa no comando da Seleção Brasileira

Joilson Marconne/CBF

Entre 6 de junho e 11 de julho de 2001, a Seleção Brasileira sofreu quatro derrotas seguidas, no que foi a pior sequência de sua história centenária. Nas duas primeiras o treinador era Emerson Leão, demitido após o fracasso na Copa das Confederações, na Coreia do Sul e no Japão.

As outras duas entram na conta de Luiz Felipe Scolari, o Felipão, atualmente técnico do Atlético. Ele teve um início duro de trabalho naquela primeira passagem, mas que terminaria no título mundial em 2002, na Ásia.

Nesta terça-feira (21), o Brasil enfrenta a Argentina no Maracanã, no Rio, pela sexta rodada das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2006. O jogo terá início às 21h30 (de Brasília). E o time comandado por Fernando Diniz tenta evitar a terceira derrota seguida, o que seria a pior performance justamente desde 2001, ou seja, mais de 22 anos atrás.

Em outubro passado, o Uruguai fez 2 a 0 no Brasil, em Montevidéu. E na última quinta-feira (16), a Colômbia, de virada, ganhou por 2 a 1 em Barranquilla, decretando o segundo tropeço seguido, algo que não ocorria desde 2014, curiosamente com Felipão como treinador. Foi o trágico 7 a 1 para a Alemanha, na semifinal da Copa do Mundo, no Mineirão, e os 3 a 0 para a Holanda na disputa do 3º lugar, em Brasília.

Crise acaba em título mundial

Em 2000 Emerson Leão assumiu uma Seleção Brasileira em crise após a saída de Vanderlei Luxemburgo. Mas o ex-goleiro não resolveu a situação. Em 11 partidas, teve quatro vitórias, quatro empates e três derrotas, as duas últimas na péssima campanha da Copa das Confederações.

Presidente da CBF à época, Ricardo Teixeira demitiu Leão e contratou Felipão, que na época estava no Cruzeiro, após ter tido passagens marcantes por Grêmio e Palmeiras nos anos 1990. E o começo não foi fácil, com uma derrota de 1 a 0 para o Uruguai, nas Eliminatórias, e depois 1 a 0 para o México, na estreia da Copa América da Colômbia.

As quatro derrotas seguidas em 2001:
  • França 2 x 1 - Copa das Confederações - 6/6

  • Austrália 1 x 0 - Copa das Confederações - 8/6

  • Uruguai 1 x 0 - Eliminatórias Copa 2002 - 30/6

  • México 1 x 0 - Copa América - 11/7

O brasil voltou a vencer em 14 de julho, no segundo jogo da Copa América, 2 a 0 sobre o Peru. Mas o torneio terminaria de forma desastrosa, com eliminação para a fraca Honduras nas quartas de final, 2 a 0. Felipão estava suspenso neste jogo e quem ficou no banco de reservas foi Antônio Lopes, na época coordenador técnico.

O resto é história. Felipão colocou o trabalho no eixo, classificou o Brasil para o Mundial, e conquistou o Penta, vencendo os sete jogos na campanha e a Alemanha na final por 2 a 0, em Yokohama, no Japão.

Poucas derrotas seguidas

O que aconteceu em 2001, perder tantas vezes seguidas, é raro na história da Seleção Brasileira. Antes disso, em 1989, com Sebastião Lazaroni, o Brasil foi derrotado por três vezes em série, feito negativo que Diniz e cia. podem alcançar nesta terça-feira:

  • Suécia - 2 x 1 - Torneio da Dinamarca - 15/6

  • Dinamarca - 4 x 0 - Torneio da Dinamarca - 17/6

  • Suíça - 1 x 0 - amistoso - 20/6

Mas como em 2001, essa sequência acabou embalada por um título, o da Copa América, quebrando um jejum de 40 anos na competição e com vitórias contundentes contra Argentina, de Maradona e atual campeã mundial, e Uruguai dentro do Maracanã. Em 1990, Lazaroni fracassaria na Copa do Mundo da Itália caindo nas oitavas de final para os argentinos.

Voltando ainda mais no tempo, a Seleção teve sequências de três derrotas em 1976 e 1979, mas envolvendo uma mistura de Seleção Principal e Olímpica. E para encontrar outra dessas é preciso retornar à era do amadorismo: entre 1920 e 1921 o Brasil perdeu duas vezes para a Argentina, e uma para o Uruguai, pelo Campeonato Sul-Americano.

Formado em jornalismo pela PUC-Campinas em 2000, trabalhou como repórter e editor no Diário Lance, como repórter no GE.com, Jornal da Tarde (Estadão), Portal IG, como repórter e colunista (Painel FC) na Folha de S. Paulo e manteve uma coluna no portal UOL. Cobriu in loco três Copas do Mundo, quatro Copas América, uma Olimpíada, Pan-Americano, Copa das Confederações, Mundial de Clubes, Eliminatórias e finais de diversos campeonatos.
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