Autoridades políticas e familiares comparecem ao velório do ex-governador de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho, na tarde desta segunda-feira (20). A cerimônia foi realizada no Palácio da Liberdade, antiga sede do Governo de Minas Gerais, e o enterro está marcado para esta terça-feira (21).
Um dos presentes foi o governador Romeu Zema (Novo), que se solidarizou com os familiares e lamentou a passagem do ex-chefe do Executivo mineiro.
"[Alberto Pinto Coelho] teve uma longa carreira política como parlamentar, como presidente da Assembleia Legislativa e foi um homem marcante pelo legado que está deixando pela atuação política que teve no estado. É uma perda muito grande para nós, mineiros, perdê-lo em uma idade prematura. Fico triste de esse homem público, com essa estatura, ter nos abandonado”, afirmou.
O deputado federal, Rogério Correia (PT), também deu destaque ao perfil conciliador do ex-governador nos tempos que dividiram o plenário na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Mesmo de lados opostos na disputa política, Correia afirmou que as divergências ficavam no parlamento e nunca foram motivos de atritos pessoais.
“Fomos colegas por oito anos, depois ele foi presidente da ALMG, sempre foi negociador, político com P maiúsculo, político mineiro. Conversava muito, ensinava muito, ouvia muito, mas também tinha muita sensibilidade social. Quando eu entrei ele já era um político experiente e me ensinou muito”, recorda o parlamentar.
Trajetória
Alberto Pinto Coelho foi governador do estado entre março e dezembro de 2014, assumiu o cargo após renúncia de Antonio Anastasia (que se candidatou ao Senado, na ocasião) e passou o comando do Palácio Tiradentes para Fernando Pimentel, eleito naquele ano. Ele lutava contra uma leucemia e estava internado em um hospital de Belo Horizonte, quando faleceu.
Nascido na cidade goiana de Rio Verde, Alberto deixa, além de Betinho, outros três filhos, netos e a esposa, Célia Pinto Coelho. Quatro vezes deputado estadual por Minas Gerais, ele foi eleito presidente da Assembleia Legislativa em 2007. Dois anos depois, foi reconduzido à chefia do Legislativo. Em 2010, fez “dobradinha” com Anastasia e chegou ao poder Executivo.
Na gestão de Itamar Franco (MDB), entre 1999 e 2003, Alberto foi líder de governo. Ocupou o mesmo cargo durante a administração de Aécio Neves (PSDB).
Dos quatro filhos de Alberto, dois (Betinho e Alexandre) são de seu primeiro casamento, com Santuza Abras, vice-reitora da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). A ex-esposa dele também já faleceu. Com Célia, o ex-governador foi pai de Daniel e Paula.
O pai de Alberto Pinto Coelho tinha o mesmo nome do filho e foi presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego).
Os primeiros passos do ex-governador mineiro na política foram orientados por José Aparecido de Oliveira, jornalista de expressiva votação para deputado federal por Minas Gerais antes do golpe militar de 1964.