UFMG rebate Kim Kataguiri sobre emenda para financiar vacina contra cocaína e crack
Deputado federal disse ter destinado R$ 5 milhões em emendas para a pesquisa, mas a universidade nega
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) rebateu uma afirmação do deputado federal Kim Kataguiri (União-SP), que disse ter destinado R$ 5 milhões em emendas parlamentares para ajudar a financiar a vacina Cálixcoca, contra o vício em cocaína e crack.
Pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, o parlamentar fez uma publicação no X (antigo Twitter) criticando a prefeitura paulista com base em uma reportagem do UOL que relatava a ocorrência de um arrastão na região central da cidade.
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"A CRACOLÂNDIA é um problema que precisa ser resolvido. Já disponibilizei R$5 milhões em emendas parlamentares para a UFMG, que está desenvolvendo a VACINA contra o CRACK!", compartilhou o deputado nesta quinta-feira (16).
Nesta sexta-feira (17), a universidade rebateu a declaração do deputado federal, esclarecendo que, até o momento, o desenvolvimento da vacina é financiado pelos governos federal e estadual, além de emendas liberadas por parlamentares mineiros.
"A UFMG busca agora apoio do Governo Federal para dar continuidade às pesquisas", completou a universidade em seu perfil na rede social.
A reportagem entrou em contato com Kim Kataguiri, que diz ter disponibilizado a emenda, que seria executada no orçamento de 2024. "Nunca disse que emenda minha já está financiando a vacina, apenas que coloquei emenda à disposição", explica.
O deputado ainda afirmou que mantém contato, por email, com a UFMG e que o assunto será discutido em um eventual encontro presencial.
Kataguiri é autor de uma emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que poderá permitir ao governo federal destinar recursos para vacinas contra substâncias psicoativas - caso da Cálixcoca.
"Então, caso o governo decida financiar, seria pela minha rubrica orçamentária", afirmou.
O que é a Cálixcoca?
A UFMG desenvolve uma vacina terapêutica para o tratamento de processos associados à dependência química de substâncias como a cocaína e o crack. De acordo com o professor da Faculdade de Medicina, o psiquiatra Frederico Garcia, coordenador dos estudos, a vacina é resultado de uma pesquisa iniciada há 10 anos e produz anticorpos anticocaína, que "impedem a passagem da droga pela barreira protetora do nosso cérebro, evitando que o seu efeito seja percebido". Até o momento, a vacina foi testada em três espécies de animais.
"Caso os resultados obtidos em animais se reproduzam em humanos, podemos imaginar que será possível aumentar as chances da pessoa com dependência manter-se em abstinência, proporcionando a ela uma oportunidade para que retome sua vida, desejos e projetos", disse em entrevista publicada no site da UFMG.
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