Preocupado com o avanço das pautas econômicas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu início a uma ofensiva para fazer andar os projetos que priorizam arrecadação para o governo. Nessa sexta-feira (3), pós feriado, além da reunião ministerial já programada, a agenda do presidente foi editada para acomodar mais um encontro - dessa vez - com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Pacheco foi o único que saiu em defesa publicamente do déficit zero para meta fiscal apoiando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Lula também esteve reunido, nos últimos dias, com Arthur Lira e quase 50 líderes e vice-líderes do Congresso no Palácio do Planalto. O governo ainda não oficializou a mudança na meta fiscal para o ano que vem, mas a pressa em aprovar medidas arrecadatórias e o barulho recente entre a ala política e equipe econômica sinalizam que, em breve, a mudança deve ser anunciada. Nos bastidores se fala num percentual entre 0,25 % e 0,5 % para a diferença entre receita e despesa nas contas públicas para 2024.
O ministro chefe da Casa Civil, Rui Costa, disse também, nessa sexta, após outra reunião - dessa vez -ministerial com pastas relacionadas à infraestrutura no Palácio do Planalto que a decisão sobre a meta fiscal vai ser anunciada pelo presidente Lula e que não haverá aumento de gastos públicos. O anuncio foi porque no início do encontro com os ministros, o presidente chegou a dizer que “Pra quem tá na Fazenda dinheiro bom é dinheiro no Tesouro [Nacional], mas pra quem tá na Presidência, dinheiro bom é dinheiro transformado em obras”. A fala repercutiu novamente no sentido de que o Planalto pretende reajustar a meta fiscal estabelecida em déficit zero para o ano que vem e Rui costa precisou garantir que - independente de haver mudança - não vai haver aumento de gastos por causa do regramento criado pelo arcabouço fiscal do governo. “Independente da meta, o investimento ou o total de gasto de investimentos mais custeio está dado, são duas travas que o arcabouço tem, então isso já está definido, é um percentual, 70% da receita dos últimos doze meses contados do meio do ano, não há possibilidade de aumentar gasto público, nem de investimento, nem de custeio, vi alguns artigos tentando contrapor uma parte do governo gastador e outra parte poupador, não há esse debate”, afirmou.
Segundo Costa, até a semana que vem, a decisão do presidente deve ser apresentada.