Pastor suspeito de envolvimento em esquema do MEC cobrou fiéis para reformar igreja horas antes de operação da PF
Horas após o culto, a Polícia Federal deflagrou operação contra o chamado "gabinete paralelo" em que pastores seriam favorecidos
Suspeito de participar de um gabinete paralelo do Ministério da Educação (MEC), o pastor Gilmar Santos cobrou dinheiro de fiéis para reformar uma igreja em Goiânia na noite dessa terça-feira (21), horas antes de ser alvo de uma operação da Polícia Federal. As investigações levaram à prisão preventiva do ex-chefe da pasta, Milton Ribeiro, na manhã desta quarta (22).
O pastor Gilmar Santos fez o pedido durante culto na capital goiana, que foi transmitido ao vivo pelas redes sociais dele. Ainda no começo da conversa com os fiéis, ele pedia que as pessoas contribuíssem para a reforma da fachada do templo, e sugeriu até mesmo que o pagamento fosse parcelado.
"Esta oferta ficou combinada assim: duas parcelas. Duas parcelas de R$ 250 ou duas parcelas de R$ 500. A Bíblia diz o que? Cada um contribua segundo suas posses" afirmou. O pastor ainda sugeriu que o fiel pagasse parcelas menores caso não tivesse condições de arcar com R$ 250 ou R$ 200.
“Estou pedindo em nome de Jesus que os irmãos que puderem, no término do culto, dizerem ‘eu posso, eu posso’. A verdade é que nossos irmãos e visitantes, quando chegam aqui, dizem que não imaginavam que aqui dentro era tão bonito, porque lá fora está precisando", completou o religioso.
Gilmar dos Santos é líder do Ministério Cristo para Todos, um ramo da Assembleia de Deus, com sede em Goiânia. Ele é tido como envolvido no esquema de tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ligado ao Ministério da Educação.
O ex-ministro Milton Ribeiro, que já pregou no templo do pastor Gilmar, teve a prisão preventiva determinada nesta manhã, e foi cumprido em Santos, no litoral paulista. Uma audiência de custódia deve ser realizada ainda nesta quarta. A defesa de Ribeiro considerou a ação "injusta, desmotivada e indiscutivelmente desnecessária".
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