Temperatura média global fica 2°C acima da era pré-industrial pela primeira vez

O mundo atingiu um novo recorde de calor preocupante: na última sexta-feira (17), a temperatura média global ficou 2,07°C acima dos níveis registrados na era pré-industrial - período entre 1850 e 1900, quando as emissões de carbono na atmosfera aumentaram devido às atividades humanas. Os dados foram divulgados pelo observatório europeu Copernicus, nesta segunda-feira (20).

Segundo o órgão, a chamada anomalia de temperatura, no jargão científico, permaneceu alta no sábado - ficando 2,06°C acima da média pré-industrial. O novo recorde é considerado um marco para a população mundial, já que, em 2015, 195 países assinaram o Acordo de Paris. O tratado tem como objetivo manter o aquecimento global abaixo de 2°C e busca limitá-lo a 1,5°C.

Apesar da temperatura mais alta que a meta, os cientistas do Copernicus explicam que para que o Acordo de Paris seja quebrado, registros como o de sexta devem ser mais frequentes. Mesmo assim, o recorde atingido serve de alerta para a comunidade internacional.

A frequência com que os recordes de calor são quebrados no últimos anos preocupa os pesquisadores: "Os recordes de temperatura global estão sendo quebrados com uma regularidade alarmante. Ainda que a quebra dos limites de 1,5°C e 2°C fosse esperada —devido ao aquecimento generalizado e à variabilidade climática— ela tem um impacto chocante. É crucial entender o que esses números significam para o nosso futuro coletivo", disse Carlo Buontempo, diretor do Serviço de Mudanças Climáticas do Copernicus.