Os milhares de argentinos que chegaram ao Rio de Janeiro só falam em uma coisa: “ganar la séptima”. Adversário do Fluminense neste sábado (4), a partir das 17h, no Maracanã, o Boca Juniors quer voltar a conquistar a América após 15 anos e dois vices, em 2012 e 2018. A possibilidade de igualar-se ao Independiente como o maior vencedor da Copa Libertadores, em pleno Maracanã, é o que motiva os torcedores.
“O que posso dizer da torcida? A maior mobilização da história. Isso diz tudo. Esperamos estar focar e fazer o melhor possível para vencer”, resumiu o técnico Jorge Almirón, em busca de sua primeira Copa.
Em 2007, o Boca Juniors venceu o Grêmio nas finais e conquistou a América pela sexta vez. Foi o fim de uma dinastia xeneize, que foi campeão em 2000, 2001 e 2003 com a mesma base do time. Desde então, o clube de Buenos Aires foi vice em 2012, contra o Corinthians, e em 2018, contra o River Plate.
Este cenário é que fez “la séptima” virar uma obsessão para a torcida do Boca Juniors, avalia o radialista argentino Emiliano Nunia, que está no Rio de Janeiro para cobrir a decisão no Maracanã.
“Não é fácil de explicar. Parece que o Boca se acostumou mal (com os títulos nos anos 2000). Em sete anos, chegou à cinco finais e ganhou quatro. Boca acreditou que era algo natural conquistar a América”, comentou o jornalista à Itatiaia, antes das coletivas de Almirón e Cavani no Maracanã.
“Como não voltou a vencer, tornou-se uma obsessão. Procuram uma maneira a buscar o número 7 em todo lugar. O torcedor do Boca se agarra a tudo para vencer a sétima. Vê sinais em qualquer lugar”.
Nos últimos dias, o Rio de Janeiro foi tomado por milhares de argentinos. Depois de uma quinta-feira (2) violenta, com diversos casos de agressões, os torcedores do Boca Juniors encheram, outra vez, a praia de Copacabana em uma manifestação sem maiores incidentes.
Muitos “bosteros” - como são apelidados - vieram à cidade mesmo sem ingressos, apenas para viverem os dias antes da decisão, o que não passou despercebido pelo time, motivado por esse apoio.
“Nos motiva saber que toda essa gente abriu mão de tanto em sua vida, no dia a dia, da família, para vir e estar neste momento tão especial. Então, todos somos conscientes disso. Sabemos perfeitamente a importância de tudo que estamos vivendo nas últimas horas”, afirmou Edinson Cavani.