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Agora torcedor do Fluminense, Ricardo Berna relembra final de 2008: ‘Emoção única’

Ex-goleiro é um dos jogadores com mais títulos da história tricolor, esteve no elenco que perdeu decisão para LDU-EQU

Ricardo Berna esteve no Fluminense por nove anos e estava na Libertadores de 2008

Ricardo Berna esteve no Fluminense por nove anos e estava na Libertadores de 2008

Divulgação/Fluminense

Pela segunda vez na história, o Fluminense está em uma final da Copa Libertadores. E quem esteve em 2008, sabe o quanto doeu a derrota, em pleno Maracanã, para a LDU-EQU, nos pênaltis. Entre eles, estava o goleiro Ricardo Berna, um dos jogadores com mais títulos importantes da história do Flu.

Estar em uma final de Copa Libertadores é um momento único. Foi assim que o ex-goleiro definiu aquela decisão contra o time do Equador. Infelizmente, o Flu não conseguiu vencer nas penalidades, e o sonho do título continental foi adiado.

“Em 2008 foi um momento muito particular por conta daquele grupo. Eram sensacionais. Atletas extraordinários. Convive com cada um deles e aprendi muito. O que vivemos foi único. Lamentável foi a primeira partida da final. Até conseguimos reverter na volta, em um momento inspirado do Thiago Neves, mas infelizmente não veio a taça. Chegar na final e bater na trave, representou muito para o nosso torcedor. Ter feito parte disso trouxe muitos aprendizados e boas lembranças que devem prevalecer”, relembrou em entrevista exclusiva à Itatiaia.

Viver este momento, além de conquistar a Copa do Brasil de 2007 e o Brasileiro em 2010 e 2012, fizeram de Berna mais um torcedor do Fluminense. A expectativa para a grande decisão diante do Boca Juniors-ARG é a mesma dos tempos de jogador. Mas agora, da arquibancada com milhões de corações tricolores.

“Acompanho sempre. Minhas filhas são tricolores. Estamos muito na expectativa. Será um jogo disputado. Os argentinos não são fáceis de superar. Estou confiante. Sou mais um tricolor no meio de milhões”, afirma o Berna que jogou por nove anos no Tricolor.

Responsabilidade da final

Mesmo reserva de Fernando Henrique na edição de 2008, Ricardo Berna lembra da responsabilidade e dificuldade de estar defendendo o Fluminense em um jogo dessa magnitude.

“Quem já esteve ali dentro sabe o que representa este momento. Vivi uma grande final como essa da Libertadores. A responsabilidade é muito grande. Eles têm consciência disso. Tenho certeza que o preparo que levou eles a chegarem é o que prevalece. Minha expectativa é que consigamos essa vitória e essa conquista inédita para o nosso torcedor. Que eles possam representar. Quero comemorar com todos”, disse.

Cano entre os maiores

Para quem jogou ao lado de Fred, Thiago Neves, Washington, Conca, Deco e outros craques, Ricardo Berna tem propriedade para falar. E por isso, ele não teve dúvidas ao cravar: se confirmar a sonhada taça, Germán Cano entrará no hall dos maiores jogadores da história do Fluminense.

“Cano é excepcional. Matador nato. Ele é regular, além de toda qualidade. Tenho certeza que vindo a taça já entra na galeria dos maiores centroavantes da história do clube. Para mim já é, mas se consolida para a história. Ficando e sendo campeão pode se tornar um dos grandes ídolos do clube”, opinou, confiando no título de Rei da América para o artilheiro da Libertadores, com 12 gols.

Aprendizado no Fluminense

Foram nove anos defendendo as três cores do Fluminense. Titular na conquista do Brasileiro em 2010, Ricardo Berna garante que só trouxe aprendizado do clube. A passagem pelo Tricolor carioca o transformou em torcedor. No clube, foram 90 jogos. Contratado em 2005, junto ao América, o ex-goleiro é só gratidão ao clube.

“Só tenho a agradecer ao Fluminense. Meus momentos de glória. Conquistei aprendizados e carreguei por toda carreira para performar ainda melhor. O que trago são ensinamentos que levo para minha filhas. Valores, princípios e conceitos. Tudo graças à experiência que vivi no Fluminense”, comentou.

Ricardo Berna ao lado de Washington celebrando o título brasileiro de 2010

A carreira

Além dos nove anos com a camisa do Fluminense, Ricardo Berna começou a carreira no Guarani, passando por União São João, São José e Portuguesa, todos de São Paulo, até chegar ao América. Depois do Flu, jogou no Náutico, Macaé, Fortaleza, Lusa (novamente) e encerrou a carreira em 2018 no Taboão da Serra.

Morando nos Estados Unidos com a família, Berna está iniciando sua academia de goleiros, chamada RB1 Goalkeepers. O ex-Flu ainda coordena os goleiros do Orlando City Soccer School Celebration e é preparador da posição do Lakeland United.

Sobre a decisão

Fluminense e Boca Juniors se enfrentam neste sábado (4), às 17h (de Brasília), no Maracanã, pelo título da Copa Libertadores. Aos brasileiros, a chance de conquistar pela primeira vez o torneio. O Flu foi vice-campeão em 2008, no mesmo Maracanã, diante da LDU-EQU. Já o Boca soma seis conquistas e sua última final foi em 2018, quando perdeu para o arquirrival, River Plate-ARG.

Jornalista esportivo desde 2006 e com passagens por Lance!, Extra e assessorias de marketing esportivo. É correspondente da Itatiaia no Rio de Janeiro. Tem pós-graduação em Jornalismo Esportivo e formação em Análise de Desempenho voltado para mercado.
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