Rômulo Paes cantou Belo Horizonte e foi um dos maiores compositores mineiros
Nascido em Paraguaçu, ele teve músicas gravadas por Luiz Gonzaga e Emilinha Borba e foi parceiro de Adoniran Barbosa
Mineiro de Paraguaçu, Rômulo Paes nasceu no dia 27 de julho de 1918, e morreu no dia 4 de outubro de 1982, aos 64 anos. Primo de Ary Barroso, Rômulo foi jornalista e vereador em Belo Horizonte. Em 1935, começou a carreira de cantor de rádio, mas não chegou a gravar discos. Depois, tornou-se diretor artístico da Rádio Guarani e comandou a Rádio Mineira. Rômulo foi responsável por lançar Dalva de Oliveira no rádio. A sua primeira composição gravada recebeu as vozes do conjunto Anjos do Inferno.
“A Louca Chegou” (batucada, 1953) – Rômulo Paes, Adoniran Barbosa e Henrique de Almeida
Um trio inconfundível de boêmios se reuniu para compor uma batucada que foi o maior sucesso do Carnaval de 1953: nada mais nada menos que os compositores Rômulo Paes, Adoniran Barbosa e Henrique de Almeida, numa confluência Minas, São Paulo e Rio. A música foi lançada por Emilinha Borba, Rainha do Rádio, com acompanhamento de Ruy Rey e sua orquestra. Os versos simples e descontraídos, fáceis de decorar, logo caíram na boca do povo. “A louca chegou ô/ô, desesperada procurando seu amor”, canta o folião...
“Açucena Cheirosa” (toada, 1956) – Rômulo Paes e Celso Garcia
Em 1956, Rômulo Paes teve a sua toada “Açucena Cheirosa”, em parceria com Celso Garcia, gravada por Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, que estava no auge do sucesso. Depois, a música recebeu regravações de Rolando Boldrin e do grupo Mastruz com Leite. Não foi a primeira vez que Rômulo se voltou aos ritmos de matriz nordestina. Mais de uma vez, ao longo da carreira, ele compôs baiões que alcançaram sucesso em todo o Brasil, gravados por Stellinha Egg e Zaíra Rodrigues.
“Minha Belo Horizonte” (marcha, 1957) – Rômulo Paes e Eli Murilo
O próprio nome da cidade já é um elogio e uma homenagem: Belo Horizonte. Capital dos mineiros, lar aconchegante e receptivo de todos que a visitam, nossa aniversariante já inspirou obras de artistas dos mais altos quilates, da arquitetura ao paisagismo, passando pela pintura, o cinema, o teatro e a literatura. A música, claro, não poderia ficar de fora. Belo Horizonte também acendeu a fagulha criativa em grandes compositores, tanto os nascidos aqui quanto estrangeiros que se admiraram com a beleza daquela que já foi chamada de “Cidade Jardim”. Em 1957, Rômulo Paes compôs, com Eli Murilo, a marcha “Minha Belo Horizonte”, gravada por Dircinha Batista.
“Maria e José” (samba, 1957) – Rômulo Paes e Pedro da Silva
Em 1957, Rômulo Paes compôs, com Pedro da Silva, um samba que refletia o fervor religioso da população brasileira, especialmente dos mais humildes e, de quebra, ainda revelava o traço de cor próprio da triste tradição escravagista do país. “Toda preta é Maria/Todo preto é José/Às vezes quando varia/Ele é José Maria/Ela é Maria José”, sintetizam os versos deste samba lançado pela cantora Bárbara Martins e que, apesar das transformações na cultura brasileira, segue incrivelmente atual, tanto pelo caráter social quanto artístico...
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