O perigoso Peixe-Leão (Pterois volitans) chegou à costa de mais um estado brasileiro. A espécie, considerada invasora, foi registrada em Pernambuco. Agora, já são oito estados ameaçados pelo animal. Na terça-feira (7), a Confederação Brasileira da Pesca e Aquicultura (CBPA) realizou uma audiência para elaborar estratégias de controle e combate à espécie, considerada um risco para a biodiversidade brasileira.
Em entrevista à BBC Brasil, o biólogo e pesquisador do Labomar da Universidade Federal do Ceará (UFC), Marcelo Soares, avalia que em menos de dois anos, a espécie pode tomar toda a costa brasileira e chegar ao Uruguai, causando prejuízos à pesca e ao turismo. No Caribe, a presença do animal é associada à redução de 80% da população de peixes que habitam recifes de corais em algumas regiões.
De acordo com a CBPA, os peixes têm sido encontrados no Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco. De origem do oceano Indo-Pacífico, o Peixe-Leão tem uma rápida reprodução e não tem predadores na natureza. O animal ainda compete com as espécies nativas por alimento.
A preocupação é tamanha que, na terça, o presidente da CBPA, Abraão Lincoln, apresentou um programa emergencial que engloba a captura, controle e monitoramento, além de educação ambiental sobre o Peixe-Leão nas praias do Brasil.
Pesquisadores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) - que tem feito o manejo e a captura do animal, quando avistado - temem que a espécie chegue até áreas mais vulneráveis da costa brasileira, como a Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais, em Pernambuco.