Caso Heloísa: três agentes da Polícia Rodoviária Federal são denunciados

Três agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF), pela morte da menina Heloísa, criança de três anos que foi baleada numa rodovia do Rio de Janeiro. O MPF pede que Fabiano Menacho Ferreira, Matheus Domicioli Soares Viégas Pinheiro e Wesley Santos da Silva respondam por homicídio qualificado, tentativa de homicídio e fraude processual.

O órgão defende ainda que o caso vá a júri popular e que os três agentes sejam obrigados a pagar indenização de R$ 1,3 milhão à família da menina Heloísa. O MPF também pede que os policiais sejam presos preventivamente como forma de assegurar o andamento do processo.

O caso aconteceu no dia 7 de setembro deste ano. No decorrer das investigações, foram ouvidos os depoimentos de familiares da vítima e testemunhas. Segundo a denúncia, Heloísa estava no carro com a família, voltando de uma viagem, quando o veículo foi perseguido por agentes da PRF, no Arco Metropolitano, Rodovia que liga várias cidades do Rio. Ao perceber que o carro estava sendo seguido por uma viatura, o pai de Heloisa resolveu parar o veículo. No entanto, os disparos foram efetuados contra o carro das vítimas ainda em movimento. Heloísa morreu após ser atingida por um tiro de fuzil. A menina chegou a ser levada a um hospital municipal, mas morreu 9 dias depois.

Para o MPF, o fato evidencia que os agentes da PRF quiseram a morte dos ocupantes do veículo ou, no mínimo, assumiram o risco de que isso acontecesse. Segundo o documento “não é minimante crível que, ao cravejar com tiros de 5.56 um veículo tripulado e com carroceria comum, a poucos metros de distância, houvesse outra intenção senão a de matar”.

Também chamou atenção do MPF o fato de nenhum disparo ter sido efetuado contra os pneus do veículo, não havendo portanto intenção de deter ou advertir.