A produção industrial de Minas Gerais registrou alta de 1,3% em setembro, na comparação com agosto, superando o resultado nacional, que apresentou queda de 0,4%, conforme dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do IBGE.
A análise da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG) aponta que o bom desempenho foi impulsionado pelo avanço de 3,2% na indústria de transformação e de 2,4% na indústria extrativa.
Entre as 13 atividades que compõem a indústria de transformação do estado, nove apresentaram crescimento. Os destaques foram máquinas e equipamentos, com alta de 23,9%; alimentos, com 4,5%; e metalurgia, com 3,2%. Já os principais recuos ocorreram em produtos químicos (-3,8%) e derivados de petróleo e biocombustíveis (-1,3%).
No acumulado de 2025, frente ao mesmo período de 2024, a produção industrial mineira teve alta de 0,7%, reflexo da expansão de 1,4% na indústria de transformação, enquanto a extrativa apresentou queda de 1,2%. O resultado reforça uma trajetória de recuperação gradual da atividade no estado.
De acordo com análise da FIEMG, a inauguração de uma grande fábrica de bebidas no Sul de Minas e as medidas de estímulo à construção civil, como o Minha Casa, Minha Vida e o PAC, devem impulsionar cadeias produtivas ligadas aos minerais não metálicos e à metalurgia.
No cenário externo, a retomada econômica da Argentina, importante destino das exportações industriais brasileiras, também tem favorecido o setor automotivo mineiro, que vem mantendo bom desempenho ao longo do ano.
Segundo o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), o desempenho positivo da indústria de transformação foi determinante para o resultado de setembro. O economista Adriano Miglio destacou o crescimento do setor de veículos, com alta de 14% em 2025, e lembrou que o avanço dessa indústria gera efeitos em cadeia, beneficiando áreas como metalurgia e autopeças. Miglio também mencionou o bom momento dos segmentos de celulose e papel, outros produtos químicos e alimentos, especialmente nas exportações de carnes.
Para a FIEMG, as perspectivas para o último trimestre do ano são de manutenção do ritmo moderado de crescimento, apoiadas por novos investimentos produtivos e pela melhora gradual da demanda interna.