O aumento do uso de computadores e dispositivos eletrônicos transformou o cotidiano corporativo e exigiu novas formas de cuidado com a saúde ocupacional. De acordo com o fisioterapeuta Luciano Bazaga Neto, analista de Saúde do Sesi-MG, a análise dos postos de trabalho digitais mostra um conjunto de exigências físicas, cognitivas e psicossociais que se intensificam com a rotina de uso prolongado de telas.
Segundo ele, esse cenário “caracteriza um ambiente ergonômico que requer atenção contínua para a prevenção de agravos ocupacionais”, já que o trabalhador é exposto a posturas estáticas, movimentos repetitivos e estímulos visuais intensificados.
Luciano explica que a combinação desses fatores pode gerar sobrecarga musculoesquelética, aumento da demanda mental e maior risco de adoecimentos relacionados à atividade laboral.
Sob o ponto de vista biomecânico, o fisioterapeuta reforça que a postura sentada por longos períodos, somada à flexão cervical para visualizar a tela, eleva a compressão discal e a tensão em musculaturas estabilizadoras da coluna, principalmente nas regiões cervical e escapular. Ele destaca ainda que o uso contínuo de teclado e mouse intensifica o recrutamento repetitivo de punhos, dedos e antebraços, favorecendo o surgimento de DORT.
No campo visual, Luciano lembra que a chamada Fadiga Visual Digital é consequência direta da diminuição do piscar espontâneo, do brilho excessivo e da iluminação inadequada.
Os sintomas, conforme ele aponta, incluem ardência, lacrimejamento, visão embaçada e cefaleia. Já no aspecto cognitivo, o fisioterapeuta ressalta que a alternância rápida de tarefas, associada à necessidade de respostas imediatas, aumenta a sobrecarga mental e pode contribuir para estresse e distúrbios do sono.
Medidas práticas para reduzir desconfortos
Para mitigar a fadiga visual, Luciano recomenda práticas simples e baseadas em parâmetros ergonômicos. Ele destaca a regra 20-20-20 — olhar para um ponto distante cerca de 6 metros por 20 segundos a cada 20 minutos de trabalho — e reforça a importância de ajustar o topo do monitor na altura dos olhos ou levemente abaixo. Segundo o fisioterapeuta, calibrar brilho, contraste e eliminar reflexos contribui significativamente para reduzir a sobrecarga ocular.
No que diz respeito à musculatura, ele reforça que o mobiliário ajustado às medidas corporais do trabalhador é essencial. Luciano orienta o uso de cadeiras com apoio lombar e regulagens completas, antebraços apoiados a 90 graus e pés firmemente apoiados no chão ou em suporte adequado. Ele afirma também que micro pausas de 1 a 2 minutos a cada 30 minutos fazem diferença na redução da rigidez e na melhora da circulação.
Como a ergonomia digital previne lesões
Luciano explica que a ergonomia digital tem papel central na prevenção de dores nas costas e síndrome do túnel do carpo. No caso do túnel do carpo, ele destaca que a compressão do nervo mediano é favorecida por movimentos repetitivos e posições inadequadas dos punhos. Por isso, recomenda punhos em postura neutra, uso de mouses e teclados ergonômicos, apoios específicos e ajustes adequados de mesa e cadeira.
Para dores nas costas, especialmente lombares e cervicais, ele enfatiza a necessidade de apoio lombar, alinhamento postural por meio do posicionamento correto do monitor e disposição adequada de teclado e mouse. Luciano lembra que pausas com alongamentos complementam as medidas preventivas ao aumentar a amplitude de movimento e reduzir o tônus muscular.
Tecnologias que auxiliam na postura e no uso seguro de telas
Ao avaliar as ferramentas disponíveis atualmente, Luciano destaca a importância de dispositivos que apoiem a postura e reduzam a sobrecarga biomecânica. Entre eles, ele cita suportes para notebook e monitores com regulagem de altura, teclados verticais, trackballs, cadeiras ajustáveis e mesas sit–stand, que favorecem alternância entre posições.
Ele acrescenta que sensores corporais, aplicativos de monitoramento postural e softwares que orientam pausas ergonomicamente planejadas vêm se tornando aliados importantes. Esses recursos, segundo o fisioterapeuta, ajudam a corrigir inclinações inadequadas de cabeça e ombros e reduzem movimentos repetitivos, tornando o trabalho digital mais seguro.
Pausas e alongamentos como rotina indispensável
Luciano ressalta que pausas estruturadas e exercícios de alongamento são indispensáveis para quem trabalha intensamente com telas. De acordo com ele, as pausas favorecem a reoxigenação muscular, reduzem rigidez articular e aliviam a fadiga visual. Já os alongamentos direcionados, especialmente para região cervical, ombros, antebraços e lombar, ajudam a prevenir contraturas e manter a mobilidade funcional.
Ele reforça que a combinação de ajustes ergonômicos, uso de tecnologias assistivas e organização adequada da jornada constitui a estratégia mais eficaz para preservar a saúde ocupacional.
Essa abordagem integrada, segundo o fisioterapeuta, contribui para reduzir riscos, melhorar o bem-estar e manter a produtividade em atividades que demandam uso intensivo de telas.
Leve soluções ergonômicas sob medida para sua empresa com o Sesi Vida. Fale com a gente agora mesmo: