A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça-feira (24), confirmou a sinalização de que o Banco Central deve encerrar o atual ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic, que foi elevada na semana passada em 0,25 ponto percentual,
Segundo a ata, o comitê quer avaliar os efeitos dos aumentos já feitos nos últimos meses antes de tomar qualquer nova decisão. O documento afirma que o atual nível de juros deve ser mantido por um “período bastante prolongado” para garantir que a inflação volte à meta estabelecida pelo governo.
“O Comitê antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado [...] e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros [...] é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”, diz o texto.
O Copom justificou o aumento recente da Selic citando que a economia brasileira ainda mostra resiliência, ou seja, segue crescendo de forma consistente, o que dificulta o controle da inflação. Além disso, o comitê mencionou que as expectativas de inflação estão desancoradas, ou seja, distantes da meta, e que há pressões no mercado de trabalho, com o emprego e os salários ainda em alta.
Outro ponto importante da ata foi o destaque para o debate sobre reformas fiscais estruturais e a possível redução de incentivos tributários. De acordo com o Banco Central, essa discussão pode melhorar a percepção dos investidores sobre a capacidade do país de controlar a dívida pública, o que ajudaria a reduzir os juros no futuro.
“O debate mais recente, com ênfase na dimensão estrutural do orçamento fiscal e na redução ao longo do tempo de gastos tributários, tem potencial de afetar a percepção sobre a sustentabilidade da dívida”, afirma o documento.