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Copom indica que juros devem começar a cair só em 2026

Após elevar a Selic para 15%, Comitê do Banco Central informa que pretende parar de aumentar os juros, mas não tem pressa para começar a reduzi-los

Copom se reuniu na semana passada e ata foi divulgada nesta terça-feira

A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça-feira (24), confirmou a sinalização de que o Banco Central deve encerrar o atual ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic, que foi elevada na semana passada em 0,25 ponto percentual, passando de 14,75% para 15% ao ano. O texto indica que o Banco Central pretende parar de aumentar os juros, mas não tem pressa para começar a reduzi-los. A expectativa do mercado financeiro é que um possível corte na taxa só ocorra a partir de 2026.

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Segundo a ata, o comitê quer avaliar os efeitos dos aumentos já feitos nos últimos meses antes de tomar qualquer nova decisão. O documento afirma que o atual nível de juros deve ser mantido por um “período bastante prolongado” para garantir que a inflação volte à meta estabelecida pelo governo.

“O Comitê antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado [...] e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros [...] é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”, diz o texto.

O Copom justificou o aumento recente da Selic citando que a economia brasileira ainda mostra resiliência, ou seja, segue crescendo de forma consistente, o que dificulta o controle da inflação. Além disso, o comitê mencionou que as expectativas de inflação estão desancoradas, ou seja, distantes da meta, e que há pressões no mercado de trabalho, com o emprego e os salários ainda em alta.

Outro ponto importante da ata foi o destaque para o debate sobre reformas fiscais estruturais e a possível redução de incentivos tributários. De acordo com o Banco Central, essa discussão pode melhorar a percepção dos investidores sobre a capacidade do país de controlar a dívida pública, o que ajudaria a reduzir os juros no futuro.

“O debate mais recente, com ênfase na dimensão estrutural do orçamento fiscal e na redução ao longo do tempo de gastos tributários, tem potencial de afetar a percepção sobre a sustentabilidade da dívida”, afirma o documento.

Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio