O dólar voltou a subir no mercado brasileiro na sexta-feira (6), encerrando o dia cotado a R$ 6,0713. A valorização de 1% em relação ao real representa o maior fechamento nominal da história da moeda no Brasil. Ao longo da semana, o dólar acumulou alta de 1,18% e, no ano, já registra uma valorização superior a 25%.
Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, caiu 1,50%, encerrando a sessão aos 125.945,67 pontos. No acumulado da semana, o índice teve leve alta de 0,22%.
Fatores que impactaram o mercado
No Brasil, o cenário de aversão ao risco foi alimentado pela discussão em torno do pacote de gastos do governo federal. Especulações sobre a resistência de parlamentares em revisar programas sociais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), aumentaram a incerteza entre os investidores.
Outro ponto de atenção foi a expectativa pela reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima semana, com previsão de nova alta na taxa básica de juros, a Selic.
No exterior, o dólar também avançou em relação à maioria das moedas globais, impulsionado por dados robustos do mercado de trabalho nos Estados Unidos, divulgados no relatório payroll de novembro. Esses dados reforçaram a aposta de que o Federal Reserve (Fed) poderá desacelerar a alta dos juros em dezembro, mas sem abandonar o tom cauteloso.
Impacto nos investimentos
A alta do dólar, embora desafiadora para importações e custos internos, cria oportunidades no mercado financeiro, especialmente para quem busca proteção cambial ou investimentos dolarizados.
Já a bolsa brasileira reflete o pessimismo interno, mas manteve ganhos moderados ao longo da semana, beneficiada por anúncios de dividendos e a conclusão do acordo entre União Europeia e Mercosul, que trouxe alívio a setores exportadores.
A próxima semana promete ser decisiva, com eventos econômicos locais e internacionais que poderão definir o rumo dos mercados nos últimos dias de 2024.