Turco Mohamed e seus fantasmas no Galo
Treinador atleticano tem rendimento idêntico a Cuca; mesmo assim, sofre críticas
Uma parte da torcida do Atlético tem ressalvas quanto ao trabalho do técnico Antônio Mohamed, com os mais diversos argumentos para tentar justificar o que os números insistem em desmentir.
Enquanto escrevo essa coluna, O Turco tem 32 jogos à frente da equipe atleticana, com 22 vitórias, sete empates e três derrotas e aproveitamento de mais de 70%.
Nesse momento no Campeonato Brasileiro, o Atlético tem a mesma pontuação que tinha ao final da nona rodada em 2021.
O que mudou é a forma como os dois times chegaram a esta pontuação. No ano passado, o time de Cuca tinha cinco vitórias, um empate e três derrotas, a equipe atual venceu quatro jogos, empatou outros quatro e possui apenas uma derrota.
Campeão mineiro, da Super Copa do Brasil, classificado para as oitavas de final das Copas Libertadores e do Brasil. Mas na memória do torcedor do Galo, vive a lembrança do time que foi praticamente imbatível na temporada passada.
Só que neste ano, as coisas mudaram. Basta olhar para a classificação de momento do Campeonato Brasileiro, onde apenas seis pontos separam o líder Corinthians, do Flamengo, o 11º colocado.
Isso mostra que não houve uma regressão do time atleticano, mas uma evolução das demais equipes. Como bem disse o comentarista Alexandre Simões durante o programa Mesa Redonda, do dia 21 de maio, além da evolução dos adversários, o Atlético precisa ficar atento para não entrar numa espiral de cobranças por uma performance idêntica da temporada passada, como acontece por exemplo, com o Flamengo, que não conseguiu sair do circulo de 2019.
A desfavor do Turco Mohamed existe ainda a queda na qualidade do elenco atleticano, em relação ao grupo de jogadores que estiveram à disposição do técnico Cuca. Deixaram o Atlético, nomes como Diego Costa, Dylan Borrero, Savarino, Natan “Pescador”, Hyoran, Tchê Tchê e as peças de reposição são garotos da base, ou apostas da diretoria, como Fábio Gomes. Essa uma contratação questionada.
Dos reforços contratados pela diretoria para esta temporada, Ademir e Otávio se mostraram bastante assertivos, enquanto o uruguaio Godín, de certa forma, ainda é uma incógnita. Mais pela adaptação ao futebol brasileiro após anos atuando na Europa, do que por sua capacidade como zagueiro titular da seleção do Uruguai.
Se serve de consolo, o treinador atleticano terá o argentino Pavón e muito provavelmente o zagueiro Jemerson como reforços na janela de transferências que se abrirá em dias.
O zagueiro é cria da base atleticana e por falar nisso, o treinador atleticano merece os parabéns por descobrir as diversas virtudes do garoto Rubens. Uma grata surpresa como há muito temo a base atleticana não proporciona ao seu torcedor.
Turco Mohamed tem convivido com lesões de jogadores importantes e está promovendo um rodízio, para tentar aliviar a carga de jogos, visando as fases decisivas, especialmente das competições de mata mata, como Libertadores e Copa do Brasil.
Isso não significa que o trabalho dele está perfeito, longe disso. Na minha modesta opinião, o treinador do Atlético precisa provocar algumas evoluções e melhorias no time. Precisa envolver mais Matias Zaracho na forma de jogar do seu time, volta-lo ao patamar de motor do time, já que isso dará uma dinâmica totalmente diferente da atual.
Além da evolução na forma de jogar time, também pesa contra o Turco, o eterno fantasma de Cuca, considerado o maior treinador da história atleticana. E quanto a isso, resta saber se o argentino ira incorporar o espirito dos personagens de um sucesso dos cinemas da década de 80 e caçar os fantasmas que surgirem no seu caminho.