O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta terça-feira (10), que o Brasil vai fazer todo o possível para garantir o “processo de paz na região”. A contribuição brasileira passa, sobretudo, pela atuação do Brasil na presidência do Conselho de Segurança da ONU, que será exercida até o final de outubro
O ataque do Hamas à Israel retomou um debate já existente sobre a criação do Estado Palestino, medida defendida publicamente pelo Brasil. A discussão é feita há anos, desde a criação do Estado de Israel, em 1948. No entanto, a medida nunca foi concretizada. A base de Lula, por exemplo, defende que os Palestinos tenham um governo forte e soberano e avaliam que, hoje, há uma opressão por parte de Israel em relação aos árabes isolados na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.
Segundo uma das fontes da coluna no Itamaraty é possível que o Brasil consiga uma posição de consenso, mas é difícil um texto do Conselho de Segurança da ONU que condene o ataque do Hamas. Para alcançar unanimidade, o grupo, composto por membros com interesses muito diferentes, precisará adotar uma posição mais genérica, que talvez tenha pouco efeito prático. Se a decisão tiver alguma tendência mais forte, pode sofrer veto de Rússia e China, por exemplo, em oposição a Estados Unidos, França e Reino Unido.
O corpo diplomático brasileiro está confiante na condução do Brasil. Apesar da ausência física de Lula, que segue despachando do Palácio do Planalto, o diplomata Sérgio Danese, representante brasileiro na ONU, é considerado um dos melhores quadros do Itamaraty.