Indicação de nova presidente da Caixa amplia espaço de Guedes no governo
Oposição teme privatização de bancos públicos com escolha de Daniella Marques, braço direito de Paulo Guedes
Parlamentares da base de governo que conversaram com a coluna avaliaram de forma positiva a indicação de Daniella Marques, que já foi chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Economia e entra no lugar de Pedro Guimarães, que renunciou após acusações de abuso sexual. Para a oposição, a escolha é uma forma de ampliar o espaço de Paulo Guedes no governo e avançar com a agenda de privatizações. Segundo o deputado federal Rogério Correia (PT-MG), “os bancos públicos são os próximos da fila” e “se privatizarmos o sistema financeiro, teremos lucros maiores para banqueiros, alta de taxa de juros e falta de investimento social. Seria para o Brasil um desastre ainda maior na política econômica”
Privatização
Deputados da direita, que não são da base, como Thiago Mitraud (Novo-MG) defendem a privatização, mas acreditam que ela não será implementada neste governo. “Acho ela um ótimo nome. Bastante competente, técnica. Imagino que ela seria totalmente capaz de implementar um plano de privatização sim, mas infelizmente não acredito que esse governo será capaz de fazê-lo. A começar pelo próprio Bolsonaro, que sempre colocou empecilhos nas medidas liberais”, afirma o mineiro.
Abafar a crise
Para o deputado Júlio Delgado (PV-MG), a indicação de um nome feminino é também uma medida de contenção de crise “ é mais uma pessoa do Paulo Guedes, mulher que ajuda no discurso de aproximação e em área que tem sido o sustentáculo do governo. Abafa a crise do assédio do que saiu”, avalia o parlamentar