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O que está por trás da presença de Bolsonaro no Senado?

2º round: PL prepara revanche para 2026 e quer eleger senadores para mover impeachment contra ministros do STF

A escolha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por assistir o segundo dia de julgamento no Senado Federal e conceder entrevista coletiva na rampa do prédio é simbólica. O foco do “Clã Bolsonaro” em 2026 é eleger o maior número de senadores para alavancar pedidos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e alterar a legislação para restringir os poderes da Corte.

Entre os aliados do ex-presidente, a ideia é que o Legislativo seja o palco da próxima etapa de uma guerra contra o Supremo.

Com maioria no Senado, o plano da base de Bolsonaro é ter força para eleger o presidente da Casa e quórum para aprovar propostas que limitem a atuação do Judiciário e iniba o que avaliam como invasão de competências. Como fez ontem (24), ao aparecer de surpresa no STF, nesta quarta-feira (26), o ex-presidente resolveu acompanhar a sessão, à distância, no gabinete do filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL).

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A senadora Damares Alves (Republicanos) e o ex-ministro da Cultura, Gilson Machado, acompanharam o ex-presidente. Ao final, Bolsonaro, como prometido, saiu e concedeu uma entrevista coletiva à imprensa.

Ao não ir ao STF, o ex-presidente também evitou o constrangimento de assistir presencialmente ao anúncio do STF de que ele se tornaria réu por tentativa de golpe, como ele também aguardava que aconteria.

Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.
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