A escolha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por assistir o segundo dia de julgamento no Senado Federal e conceder entrevista coletiva na rampa do prédio é simbólica. O foco do “Clã Bolsonaro” em 2026 é eleger o maior número de senadores para alavancar pedidos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e alterar a legislação para restringir os poderes da Corte.
Entre os aliados do ex-presidente, a ideia é que o Legislativo seja o palco da próxima etapa de uma guerra contra o Supremo.
Com maioria no Senado, o plano da base de Bolsonaro é ter força para eleger o presidente da Casa e quórum para aprovar propostas que limitem a atuação do Judiciário e iniba o que avaliam como invasão de competências. Como fez ontem (24), ao aparecer de surpresa no STF, nesta quarta-feira (26), o ex-presidente resolveu acompanhar a sessão, à distância, no gabinete do filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL).
A senadora Damares Alves (Republicanos) e o ex-ministro da Cultura, Gilson Machado, acompanharam o ex-presidente. Ao final, Bolsonaro, como prometido, saiu e concedeu uma entrevista coletiva à imprensa.
Ao não ir ao STF, o ex-presidente também evitou o constrangimento de assistir presencialmente ao anúncio do STF de que ele se tornaria réu por tentativa de golpe, como ele também aguardava que aconteria.