O contrato de concessão da BR-381 foi assinado no Palácio do Planalto, na última quarta-feira (22), por motivos diversos, dentre eles para que o presidente Lula, que está impedido de viajar, participasse da solenidade.
Nacionalizar o tema
A duplicação da 381 é uma das principais demandas dos mineiros há cerca de três décadas, tendo sido prometida pelo próprio PT nos governos anteriores de Lula e da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Ao fazer a assinatura no Palácio do Planalto, o governo reforçou a paternidade da ação, tentou valorizar a entrega e nacionalizar o tema, gerando notícias para os maiores veículos de imprensa do Brasil e ampliando a pauta. Se o evento fosse realizado em Minas, possivelmente a repercussão não teria sido tão grande.
Legitimação da política
Ao levar o empresariado do setor ao Planalto, o governo legitimou a política de sucesso na área de infraestrutura. O diretor-presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), Marco Aurélio Barcelos, disse durante a assinatura que o setor privado está otimista. “A maior e melhor carteira de rodovias do globo terrestre!, afirmou.
Barcelos é mineiro, assim como Guilherme Theo Sampaio, diretor-presidente da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), que foi fundamental no processo de desmembramento da licitação para que o último leilão não fosse “vazio”, como os qautro anteriores que não tiveram interessados.
O Governo Lula também aproveitou para divulgar o plano de concessões e fazer um balanço. O ministro dos Tranportes, Renan Filho (MDB), comparou os 15 leilões dos dois primerios anos do Governos Lula com os seis de todo o Governo Bolsonaro.
As criticas começaram com Bolsonaro e chegaram no governador Romeu Zema (Novo) que, convidado, não compareceu e foi extremante criticado por Lula e pelos ministros Renan e Rui Costa (PT). As críticas não pararam no evento, elas continuaram nas redes quando o deputado federal e ex-governador Aécio Neves (PSDB) resolveu questionar a efetividade da concessão e tomou uma invertida do ministro dos Transportes, certamente com aval de Lula.
Em resumo, Lula reforçou a paternidade da entrega para seu governo, nacionalizou a pauta e aproveitou para tripudiar sobre todos os seus adversários que se envolveram com o tema, mas não foram responsáveis pela entrega.
Para contemplar a participação dos mineiros, in locu, governo federal organizou outro evento, com a presença de ministros e demais políticos, para asssunção da empresa. Conforme a coluna adiantou, haverá uma solenidade no dia 06, em Ipatinga, quando a concessionária Nova 381 assume a administração do trecho até a cidade de Governador Valadares.