O primerio debate das eleições municipais em Belo Horizonte, na Band, mostrou um retrato da política brasiliera que é majoritariamente composta por homens. Dos sete postulantes que participaram, conforme critério de representação partidária na Câmara dos Deputados, seis eram homens e apenas uma mulher. Do ponto de vista de gênero, Duda Salabert (PDT), primera mulher trans a concorrer à prefeitura da capital, também marca a representatividadeda população LGBT.
Zema e Kalil
O deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos) adotou uma boa estratégia ao atacar pontos muito populares como saúde, trânsito e transporte e desenvolveu uma resposta plausível pra justificar o apoio do governador Romeu Zema (Novo) e do ex-prefeito Alexandre Kalil (Republicanos). Ele frisou ter conseguido os apoios que outros candidatos buscaram, disse que se eleito quem vai mandar na prefeitura é ele e afirmou que Kalil conhece os pobres e Zema conhece os empresários, dando a entender que a união dos dois gera um quadro completo.
Jogo perigoso
O vereador Gabriel Azevedo (MDB) insistiu no tema transporte público, bandeira dos dois mandatos dele como vereador, e partiu pra cima do prefeito Fuad Noman (PSD), em um jogo que se passar da medida pode acabar gerando prejuízos para o candidato. Como Fuad está se tratando de um câncer, a depender da intensidade do ataque, a movimentação contra prefeito pode ser considerada covardia.
A deputada federal Duda Salabert (PDT) também adotou a estratégia de questionar contratos e serviços da prefeitura e investiu nos temas meio ambiente e educação que são pautas centrais em seus mandatos.
Correiadas
O deputado federal Rogério Correia (PT) frisou a desativação do aeroporto Carlos Prates, questão na qual ele atuou diretamente, e tentou polarizar com Bruno Engler (PL). Correia apostou nas “correiadas”, alfinetadas que apimentam o debate e que chamam a atenção da população. Em certo momento, ele mandou o deputado estadual Bruno Engler (PL) “tomar cloroquina” pra ficar calmo.
Por outro lado, Engler não caiu nas provocações sobre pandemia, terraplanismo e ausência de Jair Bolsonaro (PL) na pré-campanha. O candidato bolsonarista aproveitou para reforçar um tema no qual tem investido desde a pré-campanha, a poluição da Lagoa da Pampulha.
Guerra de vices
O senador Carlos Viana (Podemos) optou por defender temas que ele sempre aborda, como a expansão do metrô. O senador, visualmente, também investiu na imagem popular. Viana foi o único candidato que usou camisa de malha ao invés de roupa social.
O parlamentar protagoniza a principal disputa interna de coligação da campanha. Ele escolheu como vice Kila Baile da Serra (Podemos), mas a coligação registrou Renata Rosa (Podemos). Seja como for, a candidata será uma mulher, já que o partido quer usar os recursos destinados para candidaturas femininas
Todos contra Fuad
O prefeito Fuad Nomam (Fuad) ocupou o lugar que todo candidato a reeleição ocupa, o de “saco de pancadas”. Apesar do tratamento de câncer, Fuad demonstrou vigor nas respostas e tentou aproveitar o tempo para listar feitos da prefeitura como as obras pra contenção de enchete e a redução dos indices de pobreza.
Polêmicas
Fuad e Gabriel cometeram dois erros que são potencialmente perigosos para as candidaturas deles. Fuad, por um momento, chamou Duda Salabert de “senhor” e se corrigiu de imediato. E Gabriel se referiu a Fuad como “senhora”, enquanto o prefeito reclamava da fala do vereador.
Tom
Apesar das trocas de farpas e alfinetas, o tom do debate foi ameno em relação ao outras edições.