A direita e a esquerda vão rachadas para as urnas em Belo Horizonte. Incialmente, a preocupação maior era das candidaturas de esquerda por causa da ausência de uma aliança entre os deputados federais Rogério Correia (PT) e Duda Salabert (PDT). Desde o início, o petista insistia para que a pedetista fosse vice na chapa dele e ela resistia afirmando que estava à frente nas pesquisas e que era Rogério quem deveria desistir. Dessa forma, já era esperado que os dois mantivessem candidaturas separadas, como ocorreu. Rogério, que é o candidato do presidente Lula e se aliou com a federação PSOL/Rede, apostava na unificaço com o PDT para canalizar o eleitorado de esquerda e aumentar as chances de segundo turno.
Direita rachada
No entanto, parte da direita tinha a expectativa de unir o governador Romeu Zema e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), fazendo uma chapa entre o deputado estadual, Bruno Engler, e a ex-secretária de planejamento, Luisa Barreto (Novo). O esforço dos bolsonaristas não deu certo e o Novo se aliou ao Republicanos, apresentando Barreto como vice na chapa do deputado estadual Mauro Tramonte.
Zema e Kalil
A União entre o Novo e o Republicanos colocou Zema e o ex-prefeito Alexandre kalil, que saiu do PSD e foi para o partido de Tramonte, no mesmo palanque. A junção feita pra angariar votos pode ter um efeito desagregador no segundo turno. Isso porque, se houver segundo turno e Engler se mantiver na disputa, os bolsonaristas não devem aceitar apoio do Republicanos porque significa apoio do Kalil. E se Tramonte for para o segundo turno, não deve ter apoio da base de Bolsonaro por causa do ex-prefeito, que foi candidato de Lula ao Governo de Minas em 2022.
2026
A aliança pode ter impactos para a direita não apenas em um eventual segundo turno das eleições municipais, mas no cenário para 2026. O não apoio de Zema a Bruno Engler foi mal visto pela base de Bolsonaro e o apoio de Cleitinho a Bruno Engler não caiu tão bem no Republicanos. Com isso a possibilidade de uma mudança de Cletinho para o Novo, que chegou a ser ventilada, fica mais distante. Ao passo que ele fica mais perto do PL, de Bolsomaro, que possivelmente terá o deputado federal Nikolas Ferreira como candidato em 2026.
Simões
Com Cleitinho longe do Novo, o espaço permanece livre para o vice-governador Mateus Simões disputar como sucessor de Zema. E com Cleitinho perto do PL, o Partido Liberal tem dois nomes para disputa ao Governo de Minas: Cleitinho e Nikolas. Dentre as configurações possíveis, a legenda teria que escolher um dos dois ou lançar uma chapa puro sangue.