Quem nunca ouviu: “Ele está assim, porque está cansado”. “Ah! Ele está estressado hoje”, ou ele bebeu demais, ou desculpas e mais desculpas para justiçar o comportamento inadequado de um companheiro, um pai, seja lá quem for.
Entretanto, hoje sabemos que esses comportamentos possuem denominações certas para determinadas atitudes e que essas são também uma violência à mulher. A violência psicológica é definida como o causar dano emocional à mulher de maneira que a prejudique e perturbe seu pleno desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões.
Um comportamento comum em reuniões e palestras, ou até mesmo em jantares de casal, quando uma mulher não consegue concluir sua fala pois é constantemente interrompida pelos homens. Esse comportamento é o MANTERRUPTING= man + interrupting.
Outro tipo é o MANSPLAINING= man + explaining, ou seja, o homem que tenta explicar a uma mulher de maneira simplista, algo que ela domina ou que, às vezes, ela sabe mais que ele. Em algumas ocasiões ele explica numa linguagem para crianças, como se entendêssemos pouco.
Ocorre o LOVE BOMBING, seria a explosão de amor em excesso, um tipo de amor abusivo, no qual se dá amor demais. Explicando melhor seria uma técnica de manipulação frequentemente usada por narcisistas para sobrecarregar a vítima com gesto românticos, fazendo-a sentir mais do que lisonjeada, com o objetivo de controlar a situação e moldar a narrativa para que ele pareça o parceiro perfeito e ganhe vantagem com isso, com o objetivo de tornar a pessoa dependente emocional.
Mas, de uma hora para outra, a pessoa muda e despreza o parceiro, dando início aos sinais de desprezo e desrespeito.
O HOOVERING também é uma prática de abuso também, uma maneira de “sugar”, “aspirar” a pessoa de volta para um relacionamento abusivo. Um bom exemplo seria aquele que o ex folgado reaparece pedindo para reatar a relação e fazendo juras de amor.
Existe ainda o GASLIGHTING, uma forma de manipulação para deixar a pessoa confusa, para que ela pense estar ficando louca. É uma violência psicológica, no qual o abusador mente, distorce a realidade e banaliza os sentimentos da vítima da forma que quiser com o intuito de desorientar e controlar o comportamento da pessoa.
Um exemplo bom é o ocorre quando a mulher pega alguma mensagem no telefone e ouve: “você é louca, está inventado isso. Pare de imaginar coisas”.
Um outro tipo de violência psicológica é o tratamento de silêncio, ou seja, o ofensor passa para o papel de vítima e vira o ofendido, fazendo um silêncio proposital, ignorando totalmente a pessoa de seu relacionamento. Se colocando no papel de vítima, para que a outra pessoa se sinta culpada da atitude dela.
Esses são alguns dos comportamentos da violência psicológica, que também está prevista na Lei Maria da Penha, no artigo 7°, inciso II, ou seja, é crime e tem sanção para isso.